
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) defende a adoção de um piso pelo Banco Central para a taxa de câmbio, de modo a garantir que, ao final da atual crise econômica mundial, o empresariado brasileiro não volte a ser prejudicado pela valorização acentuada do Real frente ao Dólar. Nas últimas semanas, o dólar interrompeu a tendência de desvalorização e marcou alta de 15% em relação ao Real, puxado pela insegurança dos mercados em relação a algumas economias da Europa.
Nesta segunda-feira (26) o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, encaminhou um documento à presidente Dilma Roussef, ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, e ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, alertando para a importância da medida. Segundo Rocha Loures, é preciso que o governo crie mecanismos para evitar que, passado este momento de pânico que levou à alta do Dólar, a moeda americana volte a se desvalorizar em relação ao Real. “É imperativo que o governo brasileiro não desperdice a oportunidade que a crise internacional está proporcionando para fazer um ajuste permanente da taxa de câmbio.”, observa.
Rocha Loures lembra que a supervalorização do Real frente a outras moedas é um dos principais entraves para o desenvolvimento da indústria nacional, uma vez que o produto brasileiro passa a ser pouco competitivo no mercado internacional devido ao seu alto custo de produção. “Nossa indústria perde espaço para outros países que desvalorizaram suas moedas, como a China, por exemplo, que consegue vender seus produtos a um custo impraticável pelos empresários brasileiros.”, observa.
Como exemplo de uma política fiscal adequada para proteção da indústria nacional, o presidente da Fiep citou a recente decisão do Banco Central da Suíça, que instituiu um piso para sua taxa de câmbio com o objetivo de conter a intensa valorização do Franco Suíço ocorrida recentemente. “Os suíços sabem muito bem defender a sua manufatura.”, afirma Rocha Loures. Segundo ele, a supervalorização do Real diminui a competitividade do setor produtivo, o que pode levar à desindustrialização e consequente desemprego.