
Ideias inovadoras nascentes ou já em desenvolvimento defenderam a captação de R$ 86,5 milhões em investimentos privados durante o I Fórum Sul-brasileiro de Investimentos, realizado na última terça-feira (12), pelo Centro Internacional de Inovação (C2i) do Sistema Fiep e a Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP). O evento colocou frente a frente, no Cietep, em Curitiba, 21 empresas dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul com representantes dos maiores fundos de investimentos do Brasil.
O Fórum foi aberto pelo diretor de negócios da Fiep, Sandro Vieira, que representou o presidente da Federação, Rodrigo da Rocha Loures. Para Vieira, o momento é oportuno para discutir oportunidades de recursos para empresas inovadoras. “Um dos temas que norteou os diálogos durante o Congresso da Indústria, realizado recentemente pela Fiep, foi a necessidade de captação de recursos para investir no setor produtivo, e assim ampliar a competitividade das indústrias do Sul do Brasil”, destacou Vieira. A cerimônia de abertura ainda contou a presença do vice-presidente da Fiep, Ronaldo Duschenes, do diretor regional do SENAI, João Barreto Lopes, da superintendente da Finep, Patricia Freitas e da diretora executiva da ABVCAP, Angela Ximenes.
Seleção – O edital de seleção das empresas, publicado pela Fiep, recebeu 140 inscrições de empresas dos três estados. Dessas, uma banca avaliadora formada por especialistas da Fiep, Finep, ABVCAP e representantes de alguns fundos de investimentos com sede nestes Estados, selecionou 24 empresas divididas em duas categorias: Seed Money (R$ 0 a R$ 5 milhões de faturamento anual) e Venture Capital (a partir de R$ 5 milhões de faturamento anual). As empresas selecionadas passaram por dois meses de capacitação com especialistas em planos de negócios e captação de recursos e, durante o Fórum, apresentaram o potencial inovador de suas empresas e seus respectivos planos de negócios para investidores de todo o Brasil, e alguns do exterior como a OPP Participações , ligada a AM&AA (Alliance of Manager & Acquisition Advisors). O Fórum recebeu 200 participantes inscritos. Destes, 50 são representantes de fundos de investimentos privados e investidores anjos (pessoa física).
Para o investidor Robert Binder, diretor da Antera Gestão de Recursos, um dos precursores de investimentos em empresas nascentes no Brasil e que, atualmente administra a linha de recursos Criatec (Fundo de R$ 100 milhões de investimentos do BNDES de capital semente, destinado à aplicação em empresas emergentes inovadoras), essa é uma boa oportunidade para ambos, o empresário e o investidor. “O investidor está em busca de ideias promissoras e de empreendedores apaixonados por fazer a diferença. Investimento não é empréstimo. O investidor quando coloca dinheiro numa ideia, passa a ser sócio daquela empresa e vai torcer pelo sucesso dela. Por isso é importante que ele possa ver de perto a apresentação de ideias inovadoras como as que são apresentadas no Fórum”, explica Binder.
Uma ideia para o coração

Uma das empresas apresentadas no Fórum, a paranaense Gelt Tecnologia apostou em um hardware batizado de CardioCare. Uma solução que inova por meio da coleta de alta precisão da rítmica cardíaca, da transmissão remota de dados do paciente e do tratamento via algoritmo de inteligência artificial e do acesso a essas informações pelo profissional de saúde por meio da internet. Em suma, segundo o diretor comercial da Gelt, Paulo Roberto, o CardioCare inova o tratamento de pessoas com problemas cardíacos, facilitando a coleta e transmissão de dados entre o paciente e o médico. “Os produtos existentes no mercado atualmente são desconfortáveis e não são 100% precisos. Os dados coletados devem ser baixados em um software instalado apenas na base do profissional de saúde. Esse processo leva tempo e dados importantes podem ser perdidos. Com o CardioCare esses gargalos são eliminados”, explica Roberto. A Gelt busca com projeto apresentando, um investimento de R$ 3,5 milhões e justificou com uma projeção financeira de R$ 21,6 milhões de faturamento em cinco anos.
Brasil é o melhor país para investir a curto prazo
Uma pesquisa divulgada recentemente pelo EMPEA (Emerging Markets Private Equity Association) colocou o Brasil na primeira posição como mercado mais atraente para investimento de curto prazo. Na frente, inclusive, da gigante China. Segundo a superintendente da Finep, Patricia Freitas, o resultado dessa pesquisa é comprovado a cada evento como este promovido pela Fiep. “A Finep já promoveu mais de 30 encontros de empresas nascentes com investidores. Cada um deles com um número maior de empresas com boas ideias e, principalmente, com investidores de peso. Isso significa que estamos no caminho certo do desenvolvimento da inovação no Brasil”, finaliza.
A lista completa das empresas que se apresentaram no Fórum sul-brasileiro de Investimentos está disponível no site www.c2i.org.br/forumdeinvestimentos.