Empresas já podem contar com sistema de comunicação para pessoa com deficiência

Desenvolvido pelo Sesi e Senai Paraná e a Editora Kaygangue, de Palmas, o sistema foi lançado na noite quarta-feira, em Curitiba

O Sesi e o Senai Paraná e a Editora Kaygangue, de Palmas, lançaram na noite de quarta-feira (30) o projeto Commnunis, um sistema  de comunicação alternativa para inclusão social e no trabalho da pessoa com deficiência. O sistema consiste no uso de cartões impressos com figuras gráficas adaptadas aos padrões culturais brasileiros, com um design de fácil identificação visual. Assim, a pessoa com deficiência utiliza os cartões para se comunicar.

Além de ajudar na inclusão das PcD, o sistema será útil para as indústrias. Como haverá mais facilidade para comunicação com esses trabalhadores, as empresas poderão aumentar suas contratações de PcD. O kit básico, com 480 cartões impressos, já está disponível para as empresas de todo o Brasil e pode ser adquirido através do site www.kaygangue.com.br/communis.

Os cartões são divididos em sete categorias: expressões sociais, pessoas, adjetivos, verbos, substantivos, expressões industriais e diversos. A eficácia do sistema de comunicação foi validada com 30 funcionários com e sem deficiência da empresa Risotolândia e com 30 pacientes do Pequeno Cotolengo.

Edital de Inovação – O Communis é resultado de uma ação articulada entre o Senai e o Sesi da Cidade Industrial de Curitiba e a Editora Kaygangue, com o apoio do Edital Senai/Sesi de Inovação 2009. O edital é uma ferramenta do Senai e o Sesi Nacional, que apoia as empresas que desejam desenvolver e implementar um projeto inovador, que gere novos negócios, promova a melhoria na produtividade ou impacte nas condições de trabalho e qualidade de vida dos seus trabalhadores.

No desenvolvimento do projeto Communis, o Senai-PR foi o responsável pelo conhecimento técnico na área de engenharia, gestão e design gráfico. O Sesi-PR entrou com a expertise na área de responsabilidade social e ações de inclusão da pessoa com deficiência,

O secretário municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Irajá de Brito Vaz, participou do lançamento do Communis e enalteceu a iniciativa do Sesi e Senai. “Iniciativas como esta, que colocam o PcD no mercado de trabalho ou oportunizam sua inclusão, são muito importantes e devem servir de exemplo”.

“Esse projeto demonstra que o sistema indústria atingiu um nível de maturidade excepcional, com contribuição concreta para o desenvolvimento sustentável”, disse o diretor superintendente do Sesi-PR, José Antonio Fares. “A inclusão é essencial para o desenvolvimento sustentável. Neste projeto, o esforço para alcançar a inclusão do PcD resulta , da participação da indústria e do empenho dos colaboradores do Sesi e do Senai. Mais que um projeto, é uma causa”, afirmou ele.

Segundo o diretor de Operações do Senai, Marco Antônio Secco, a ideia do sistema de comunicação surgiu em 2004, durante a Jornada Empreendedora, que foi uma vitrine para os trabalhos de conclusão de curso dos alunos de aprendizagem industrial do Senai. “Após dois anos, o projeto foi incubado no Hotel de Projetos Inovadores (HPI) do Senai e, após o desenvolvimento, foi inscrito no edital Senai/Sesi de Inovação 2009. O resultado é este produto inovador que representa a convergência de vários atores pelo bem comum”, disse.

O diretor proprietário da Editora Kaygangue, Orlei Roncaglio, lembrou que o artigo 93 da lei 8.213/91 estabelece para as empresas cotas de 2% a 5% do número total de funcionários para pessoas com deficiência. “”Iniciativa como essa, do Communis, contribuem para que as empresas possam não só cumprir a lei, mas incorporar funcionários produtivos no seus quadros”, afirmou ele.

Tecnologias assistivas – Na avaliação do consultor de inclusão laboral e escolar de pessoas com deficiência, Romeu Sassaki, o Communis segue padrões internacionais e é um dos poucos sistemas de comunicação que teve crivo cientifico em seu desenvolvimento. “Existem no Brasil mais de 30 mil produtos de tecnologia assistiva. O Communis é mais uma forma concreta de dizer para as pessoas com deficiência que elas terão mais um caminho para a inclusão”, disse Sassaki, destacando que o produto tem tudo para ser aceito no mercado.

Para Sassaki, o Brasil ainda precisa evoluir no conceito e forma de tratar a inclusão. “Ainda existem algumas barreiras que precisam ser superadas. A arquitetônica já foi superada, com a adaptação de ambientes. A questão agora é universalizar os ambientes, tornando-os acessíveis a todas as pessoas, com ou sem deficiência”.

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