Exigências do mercado

Consultor defende perfil comportamental para selecionar candidatos

Consultor defende perfil comportamental para selecionar candidatos

Com base em metodologia que indica os perfis comportamentais dos candidatos, consultor defende que o autoconhecimento é muito importante no momento de escolher uma carreira

Muito além do conhecimento adquirido e das habilidades técnicas, as características comportamentais e o autoconhecimento são a chave para conseguir um emprego e, também, para mantê-lo. Essa idéia foi defendida pelo consultor Jorge Mattos, diretor da Human Learning Consultores Associados (HCLA), durante a palestra “Cubo de Competências: Muito Além do Conhecimento” ministrada nesta quarta-feira (05), durante a Expotalentos 2008. “O Cubo de Competências mostra que a análise deve estar além do conhecimento. Na prática, o conhecimento é uma variável importante para o perfil, mas não é a única e depende de outras para que funcione”, afirmou Mattos na palestra.

A HCLA é especializada no desenvolvimento de competências humanas e atua há 10 anos no mercado nacional.  “Nossa missão é ajudar as pessoas a descobrirem que, na medida em que estão mais felizes e mais competitivas, podem gerar resultados”, disse o consultor. A empresa avalia os candidatos a empregos com base na metodologia Disc, que identifica características e semelhanças entre o perfil do cargo disponível e o perfil comportamental do candidato.

A HLCA ofertou 400 perfis Disc para os primeiros inscritos na palestra. Durante o evento, Mattos deu uma rápida explicação para a interpretação dos perfis que foram entregues.

Panorama – Para contextualizar suas afirmações, Mattos traçou um panorama da importância do conhecimento aliado ao comportamento. Segundo ele, o conhecimento hoje é muito mais discutido que no início do século 20 por devido à rapidez dos acontecimentos. “A velocidade em que o mundo anda é fantástica. Foram precisos 150 mil anos para que a terra atingisse o primeiro bilhão de habitantes porém, o 6º bilhão foi atingido em apenas 12 anos”, disse. Outro dado importante destacado por Mattos é a média de vida. “A expectativa de vida aumentou dos 37 anos em 1900 para acima dos 70 anos nos dias atuais”, afirmou.

Segundo ele, se os jovens de hoje viverão até perto dos 80 anos, e a probabilidade de aposentadoria é quase nula para esta geração, ele concluiu que é muito provável que todos trabalhem até o final da vida. “Então é preciso gostar muito do que faz e escolher bem a carreira profissional”, advertiu.

Ele disse que a informação está muito próxima de toda mudança. Estatísticas mostram que em 2020 as informações serão dobradas a cada 100 dias. “É como se a informação tivesse vida própria levando todos a mudarem na mesma velocidade. As empresas deverão se adaptar a tudo isso e os profissionais também”, disse. Dados recentes apresentados por Mattos indicam que 10% dos candidatos a vagas de emprego no futuro crescerão em consonância com esse cenário, 20% estagnarão e o restante estará fora do mercado de trabalho justamente por não conseguir acompanhar tais mudanças.

Mas como acompanhar essas mudanças? Comportamento é a palavra chave de acordo com Mattos. “A percepção corrente é que as pessoas são contratadas pelas habilidades técnicas e são demitidas por falhas comportamentais ou por não se adaptarem ao cargo ou função para os quais foram contratados”, disse. O mercado, destaca ele, ainda mantém aqueles que dão resultados efetivos para a organização. “Porém o resultado não deve ser atingido a qualquer custo, mas sim com qualidade”, afirma.

Cubo de competências – Para se enquadrar nessas exigências do mercado e atender as expectativas tanto das empresa, como dos candidatos a emprego, Mattos introduziu a regra do Cubo de Competências que é resultado da fórmula C2H=A descritas pelo palestrante como: conhecimento e comportamento (C2) que somados à habilidade (H) resultam em atitude (A) de alta performance e conseqüentemente na geração de resultados.

De acordo com Mattos essa fórmula tem como conceito central o autoconhecimento. “Conhecer o comportamento pessoal tem a ver com identificar aquilo que lhe faz sentir bem, o estimula e fortalece e o ajuda a escolher melhor o caminho para sua vida”, afirmou. Segundo o consultor se o  comportamento apontado no perfil Disc é satisfatório, e falta pouco conhecimento para o candidato atingir o ponto ideal exigido pela empresa, ele tem maiores chances de ser contratado. “O conhecimento é mais fácil de ser transmitido, já o comportamento não. É mais fácil aumentar também o nível das habilidades”, concluiu.

Ele defende ainda que não é o ambiente que influencia o comportamento e que o mesmo já vem no nosso código de identidade. Por isso é muito importante ter resiliência (a capacidade de voltar ao estágio inicial sem alterar as principais características destacadas no perfil). E quem não consegue voltar terá dificuldades também para retornar ao mercado de trabalho.

E, nessa equação a empresa também tem grande influência. Ela precisa saber o que está procurando para determinada função ou cargo. Depois disso, o clima organizacional influencia diretamente na geração dos resultados. “Se a organização não está inteira, o trabalhador também não estará e a produtividade não será satisfatória”, afirma Mattos.

Para o estudante do último ano de Engenharia Química na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Stevan Matos Silveira, de 22 anos, o perfil o ajudou a compreender muitos pontos de sua personalidade. “Eu descobri características que eu não dava valor. O perfil vai ajudar a me posicionar melhor nas entrevistas e a mostrar com mais clareza as minhas competências”, disse. Stevan está cadastrado em mais de 45 processos seletivos para estágio e trainee.

Fernanda Barbosa, de 23 anos, recém-formada em Engenharia Química, não fez o perfil, mas afirma que com certeza o fará. “Depois da palestra pude perceber o quanto é importante o autoconhecimento. Com isso é possível melhorar os pontos fracos e aprimorar os fortes. O esclarecimento me deu mais otimismo para buscar uma vaga no mercado”, afirmou.

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