Exportações paranaenses ficam abaixo de U$ 1 bilhão pelo segundo mês

Levantamento da Fiep mostra redução de 27,9% nas vendas para o exterior entre janeiro e outubro de 2009; câmbio e crise são as explicações

clique para ampliar Câmbio e crise financeira são explicações para queda nas exportações (Foto: Gilson Abreu)

As exportações paranaenses em outubro ficaram abaixo da marca de um bilhão de dólares pelo segundo mês consecutivo, conforme levantamento do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). As vendas ao exterior atingiram U$ 847 milhões, com queda de 6,74% em relação ao mês anterior e de 30,22% quando comparado com outubro de 2008. Com o resultado, as exportações acumuladas nos primeiros dez meses de 2009 ficaram 27,9% abaixo do valor registrado no mesmo período do ano passado.

Entre janeiro e outubro, o Paraná vendeu um total de U$ 9,661 bilhões em produtos a outros países, o que equivale a R$ 19,623 bilhões, considerando o câmbio médio de R$ 2,049 para o período. Acompanhando a redução registrada em dólares, as exportações em reais também sofreram queda de 15,13% em comparação com os dez primeiros meses de 2008.

O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, aponta dois motivos principais para a redução nas exportações: os reflexos da crise econômica internacional, que ainda prejudicam especialmente as vendas de bens manufaturados; e a questão cambial. “Todos os produtos paranaenses e brasileiros estão perdendo competitividade com o câmbio no patamar em que está. Se não houver alteração na política cambial brasileira, vamos começar a exportar emprego e renda, porque as empresas vão preferir se instalar em outros países”, alerta.

Ao se comparar o período entre janeiro e outubro de cada ano, em dólares, o de 2009 ainda é o terceiro maior da série histórica, perdendo apenas para os primeiros dez meses de 2008 e de 2007, quando as exportações vinham em ascensão. Levando-se em conta a média de exportações dos últimos doze meses (de novembro de 2008 a outubro de 2009), o mês passado registrou a décima queda consecutiva em dólares. No período, o Paraná exportou em média U$ 959 milhões mensais, valor equivalente ao registrado em setembro de 2007.

Saldo positivo

Além das exportações, as importações paranaenses também apresentaram leve queda em outubro. O valor chegou a U$ 1,059 bilhão no mês, 1,35% a menos do que em setembro. No acumulado dos dez primeiros meses de 2009, as empresas paranaenses importaram um total de U$ 7,715 bilhões, também inferiores em 38,59% quando comparado com o mesmo período do ano passado.

Apesar de em outubro a balança comercial paranaense ter registrado um resultado negativo de U$ 211 milhões, nos primeiros dez meses do ano o saldo é positivo: U$ 1,945 bilhão.

Em termos de grupos de produtos vendidos ao exterior, o complexo soja continua na liderança de valor exportado em 2009, com uma participação de 32,42% do total.  Em seguida aparecem carnes, com 14,33%, e material de transportes, com 12,17%. Dentre os quinze principais grupos de produtos, apenas um apresentou aumento em relação aos primeiros dez meses de 2008: açúcares e produtos de confeitaria, que cresceu 42,29%, passando a ocupar o quarto lugar com 6,36% de participação.

Já em relação às importações, mesmo tendo apresentado uma queda de 51,21% no valor comprado entre janeiro e dezembro, os produtos químicos -principalmente adubos e fertilizantes – continuam sendo os mais importados pelo Paraná, representando 19,89% do total.

Parceiros comerciais

Em outubro, mesmo com uma queda de 7,98% em relação a setembro, a Argentina passou a ser o país do qual o Paraná mais compra produtos. A Nigéria, que anteriormente ocupava o posto, caiu para a segunda posição, seguida pela China.

Já em termos de fluxo de comércio (exportações mais importações), os chineses continuam como principais parceiros do Paraná, com U$ 2,208 bilhões de intercâmbio entre janeiro e outubro de 2009 (exportações de US$ 1,193 bilhão e importações de US$ 1,015 milhão). Em segundo lugar vem a Argentina, com um total de US$ 1,765 bilhão, seguida pela Alemanha, com US$ 1,321 bilhão.

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