Vendas da indústria paranaense caem mais de 10% em abril

Recuperação registrada em março não se repete em abril, reafirmando perspectiva negativa para o primeiro semestre do ano

clique para ampliar Gênero de Alimentos é um dos poucos a crescer em 2009 (Foto: Gilson Abreu)

Depois de ter dado sinais de recuperação em março, as vendas da indústria paranaense caíram 10,25% em abril no comparativo com o mesmo mês de 2008, informou nesta terça-feira (02) o Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Apesar de abril ser um mês que tradicionalmente apresenta retração nos negócios, esta é a segunda maior queda registrada para um mês de abril na série histórica pesquisada pela Fiep (a maior aconteceu em abril de 2006: -11,33%). Com o resultado, o acumulado nas vendas no primeiro quadrimestre do ano é 7,92% inferior a que o do mesmo período do ano anterior. Na comparação com março, abril registrou uma queda de 7,84% nas vendas.

Dos 18 gêneros industriais pesquisados, 15 apresentaram redução nas vendas industriais no comparativo entre abril e março, inclusive os três de maior participação na indústria de transformação paranaense: Veículos Automotores (-13,86%), Alimentos e Bebidas (-6,60%) e Refino de Petróleo e Produção de Álcool (-1,12%). As maiores quedas foram sofridas pelos gêneros de Couro e Calçados (-25,87%), Produtos Químicos (-25,69%) e Produtos Têxteis (-23,60%). As únicas expansões se deram nos gêneros de Metalurgia Básica (21,61%), por conta do aumento das exportações; Vestuário (7,80%), em decorrência da mudança de estação e feiras regionais, e Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (1,89%), que apresenta estabilidade.

De acordo com o coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, o desempenho de abril confirma a perspectiva de que a indústria paranaense encerre o primeiro semestre com redução de vendas entre 7% e 8% na comparação com o mesmo período de 2008. As restrições de crédito que têm afetado quase toda a indústria paranaense, entretanto, prejudicam menos os ramos vinculados à produção de bens de consumo corrente. O gênero de Alimentos e Bebidas, por exemplo, contabilizou nos primeiros quatro meses do ano um volume de receitas 0,6% superior ao mesmo período do ano anterior. “É o gênero que oferta o maior número de empregos e o de maior peso ponderado na renda industrial paranaense. Este perfil da indústria do Estado ameniza os efeitos da desaceleração econômica”, afirma Schmitt.

Já o gênero de Veículos Automotores, o terceiro mais representativo na estrutura industrial paranaense em faturamento, não repetiu em abril os estímulos de demanda provocados pela redução da carga tributária. Na comparação entre abril de 2009 com o mesmo mês do ano anterior, as vendas do gênero caíram 26,29%. Já o gênero de Máquinas e Equipamentos, dono dos melhores desempenhos industriais em 2007 e 2008, reduziu suas vendas em 29,76% no primeiro quadrimestre do ano. Ambos afetam negativamente o gênero Metalúrgica Básica, que caiu 47,53% na comparação entre os meses.

Emprego e salário – O nível de emprego sofreu oscilação positiva em 0,98% em abril na comparação com o mesmo mês do ano anterior, embora o emprego diretamente ligado à produção tenha caído 0,55%. Já a massa salarial líquida caiu, no mês, 0,4%, ainda que as horas trabalhadas aumentaram em 2,66% e a utilização da capacidade instalada tenha aumentado dois pontos percentuais em abril, situando-se em 77%. “Estas variações positivas se concentram fortemente em dois gêneros industriais: Refino de Petróleo e Produção de Álcool e Alimentos e Bebidas, em decorrência do início da safra de cana-de-açúcar”, diz Schmitt.

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