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Com 39 mil empresas e 689 mil trabalhadores, o setor industrial do Paraná é responsável por um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 18,2 bilhões. O valor corresponde a 29,1% do PIB geral do Estado e coloca o Paraná no quarto lugar no ranking nacional. A importância da indústria na economia estadual vem crescendo de forma significativa nos últimos anos. Em 1990, existiam 18,4 mil indústrias, que empregavam 360 mil trabalhadores e o PIB industrial somava US$ 11,6 bilhões.
A crescente evolução do setor industrial na economia do Paraná é celebrada nesta segunda-feira (25 de Maio) pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). A data marca o Dia da Indústria, uma referência ao engenheiro, industrial, político e historiador Roberto Simonsen, um dos criadores da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 1938. Simonsen faleceu em 25 de maio de 1948, enquanto discursava na Academia Brasileira de Letras.
“Os números mostram que o processo de industrialização do Paraná consolidou um setor bastante diversificado. Nossa convicção é de que o Estado e a sua indústria estão maduros para avançar numa estratégia inteligente de desenvolvimento que aproveite melhor a nossa rica diversidade regional e os valiosos recursos técnicos já disponíveis para avançarmos nos nossos níveis de produtividade e competitividade”, declara o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures. Segundo ele, os industriais do Paraná têm demonstrado uma extraordinária capacidade empreendedora e vontade de crescer, apesar de uma política macroeconômica que penaliza a produção.
Entre 1990 e 2000 o número de estabelecimentos industriais aumentou 49,2% no Paraná. Já a evolução no número de empregos foi de 32%, passando de 268.078 em 1990, para 353.881 em 2000, considerando apenas a Indústria de Transformação, que não inclui os setores da construção civil, indústria extrativa e utilidade pública (eletricidade, gás e água). Considerando todos os setores industriais, a evolução entre 1990 e 2000 foi de 58,4% no número de estabelecimentos e de 22% no número de trabalhadores.
Como legítima representante da indústria e maior entidade empresarial do Paraná, a Fiep atua politicamente para estimular o desenvolvimento, a modernização e ampliar a produtividade do parque industrial do Estado. Hoje são 96 sindicatos empresariais filiados, que representam todos os setores industriais e todas as regiões do Paraná.
Uma característica da indústria paranaense é a descentralização da produção, que alcança todo o Estado. Existem empresas em todas as regiões, com destaque para a região Metropolitana de Curitiba que, em 2007, concentrava mais de 7.600 estabelecimentos, representando 30% do total da indústria de transformação no Paraná. Também têm alta concentração de empresas as regiões Central Paranaense (26,9%) e Oeste (10,7%). Em número de estabelecimentos, os setores que mais se destacam são vestuário (4.282 indústrias), alimentos (3.251), produtos de metal (2.926) e madeira (2.406).
Dados do Departamento Econômico da Fiep mostram que, em 2008, a indústria paranaense registrou um crescimento de 8,82% nas vendas industriais em relação ao ano anterior, tornando 2008 o ano de maior faturamento da série histórica de vendas industriais pesquisada pela Fiep, graças aos resultados positivos ocorridos de janeiro a setembro. Após este período o setor industrial passou a sentir os efeitos da crise financeira mundial. O setor alimentício é o que apresenta maior participação nas vendas da indústria de transformação, com 34,5%. A indústria automotiva vem em segundo, com 12,51%, e, em terceiro lugar, a de produtos químicos, com 11,13%.
Emprego – Os setores alimentício, do vestuário e da madeira são os que mais empregam no Paraná, concentrando 254 mil trabalhadores. A indústria paranaense da madeira se destaca nacionalmente como a que mais emprega no Brasil: 19,81% dos trabalhadores brasileiros do setor são paranaenses.
As indústrias de tratores agrícolas, abate de suínos e aves, fabricação de farinha de mandioca e milho também ocupam o primeiro lugar no ranking nacional de número de empregados. Já os setores de alimentos, petróleo e biocombustíveis e móveis do Paraná ocupam a segunda posição no ranking nacional de trabalhadores empregados por setor.
Comércio Exterior – Os setores que mais empregam são também os que mais exportam. Em 2008, as exportações paranaenses somaram US$ 15,247 bilhões, com um crescimento de 23,43% se comparado a 2007. O gênero que mais contribuiu com o comércio exterior foi o Complexo Soja, representando 28,62% das exportações paranaenses. Em relação a 2007, houve uma expansão de 60,40%, fruto da boa safra paranaense e dos preços internacionais. Em segundo lugar está o grupo Material de Transportes, com 16,24% de participação e expansão de 6,29%, em 2008. Em terceiro lugar, vem o grupo Carnes, com 13,23% de participação e expansão de 44,30%.
Salto – Dados do Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Industrial) mostram que, em 1939, havia 1.832 estabelecimentos industriais no Estado, que empregavam 21.898 trabalhadores. Trinta anos depois, a modernização da agropecuária e a ampliação estrutural do setor industrial contribuíram para a expansão: as 10.855 indústrias da década de 70 já empregavam cerca de 115 mil funcionários.
A partir dos anos oitenta o cenário industrial paranaense passa por novas transformações. Se antes da década de 70, a indústria era basicamente constituída de atividades de beneficiamento de produtos agrícolas (erva-mate, madeira, café, óleos vegetais), com tecnologia de média elaboração, na década seguinte observa-se um processo bem nítido de incorporação de novos ramos (material elétrico e de comunicações, material de transporte) e são ampliados gêneros industriais já existentes, como o da química (combustíveis e lubrificantes), papel e papelão, com o surgimento de novas atividades que envolvem um maior grau de processamento da matéria-prima, além da indústria de produtos alimentares, que perde a sua característica de indústria rudimentar das décadas anteriores.
Entre 1970 e 2009 o número de estabelecimentos aumentou 115,7% no Paraná. Já a quantidade de empregos cresceu 91,8%, passando de 359.241 em 1990, para 689.019 em 2009.
Empresários recebem Mérito Industrial
Em comemoração ao Dia da Indústria (25 de maio), a Fiep realiza no dia 15 de junho solenidade em homenagem a personalidades de destaque do mundo industrial. Serão homenageados com a outorga da Medalha do Mérito Industrial os empresários Ézaro Medina Fabian, de Londrina, Ronaldo Duschenes, de Curitiba, e Vicente Mashahiro Okamoto, de Goioerê. A Medalha do Mérito Industrial é um reconhecimento ao empreendedorismo, aos serviços prestados em prol do desenvolvimento industrial do Estado, à defesa dos interesses da indústria e à manutenção de serviços de assistência e formação profissional dos trabalhadores.
Na mesma solenidade, a Fiep presta homenagem póstuma ao ex-governador do Paraná, Ney Braga, com o título Benemérito da Indústria pelos trabalhos relevantes em prol do desenvolvimento do Estado.
As Coordenadorias Regionais também elegeram seus homenageados. Em Irati, foi escolhida a empresa Móveis Chiq – Famachiq. A entrega da medalha será na sexta-feira (22). Também na sexta-feira, a Masisa do Brasil recebe homenagem pelo trabalho desenvolvido em Ponta Grossa. Em Bandeirantes, será homenageado o industrial José Roberto dos Santos, da Indústria de Móveis Santos Andirá. A solenidade será dia 28. Campo Mourão homenageia a empresa Fundição Albatroz e o empresário Cleberson Ribeiro de Matos, da empresa Sinapse Industrial, na sexta-feira (29). Já em Toledo serão homenageadas a Fiasul Indústria de Fios, a Inomaq Indústria e Comércio de Equipamentos, e a Unibachi Uniformes Profissionais. A solenidade será dia 19 de junho.