Alunos frequentam as aulas três vezes por semana (Foto: Divulgação)Cadernos e lápis na mão e vontade de sobra para estudar. Nem mesmo as oito horas diárias de trabalho e mais quatros de estudo tiram a disposição de 41 trabalhadores da Madeireira Rio Claro, localizada em Rio Azul, distante 30 km de Irati. Desde julho, eles participam do Programa Sesi Educação do Trabalhador e, em dois anos, aprenderão todo o conteúdo de 5ª a 8ª série.
Pelo programa do Sesi, a indústria pode ofertar ao seu colaborador o Ensino Fundamental e Médio. “Um dos diferenciais do programa do Sesi é que as aulas são ministradas dentro das próprias indústrias, com flexibilidade de horários, para atender aos turnos de trabalho, e período letivo compatível com a necessidade do trabalhador”, afirma Liliane Gonçalves Bachmann, analista da Gerência de Educação do Sesi. A indústria interessada em desenvolver o programa deve entrar em contato com o Sesi de sua região.
“Percebemos que muitos funcionários queriam terminar os estudos, mas não podiam por falta de tempo e de oportunidade. Essa parceria com o Sesi foi essencial para que os funcionários continuassem estudando”, explica Marcia Adriana Ales Mosson, que trabalha na área de Gestão de Pessoas da Madeireira. Participam do programa funcionários de todas as áreas da empresa.
O resultado tem sido tão positivo que a empresa pretende ofertar, ao término do curso, o módulo de Ensino Médio. “Todos estão se dedicando muito. A freqüência nas aulas é alta e as notas estão acima da média exigida. “A empresa quer investir nos funcionários e incentivar que todos terminem o ensino médio”, diz Marcia, destacando que o projeto abre portas para que os funcionários tenham novas oportunidades de crescimento, que antes não eram possíveis em virtude da falta de estudo.
Os alunos estão satisfeitos com o curso. “É uma grande oportunidade para terminar os estudos, pois não precisamos faltar no trabalho nem na aula, pois as aulas acontecem dentro da empresa”, afirma o aluno Olandir Alves de Oliveira.
“Temos que aproveitar a oportunidade, pois o que a gente aprende não é perdido”, diz o aluno Luciano Roiko. Para a aluna Jucelia Falcão, participar do projeto foi um recomeço. “Estudar sempre foi um dos meus sonhos que, por dificuldades, foi interrompido várias vezes. Hoje me sinto feliz. Mesmo com o cansaço de um dia de trabalho, espero ansiosa pelas aulas”, destaca.