

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, criticou a nova tentativa de criação de um fundo com dinheiro público para financiar as campanhas eleitorais. Pela proposta aprovada pelo Senado, na noite desta terça-feira (26), o montante destinado aos partidos deve chegar a pelo menos R$ 1,8 bilhão no pleito do próximo ano. O projeto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e sancionado pela presidência da República até 7 de outubro para valer nas eleições de 2018.
Para Campagnolo, mesmo com o valor sendo inferior aos R$ 3,6 bilhões que haviam sido cogitados em proposta que tramitava na Câmara dos Deputados, o Fundo Especial de Financiamento de Campanha definido pelo Senado não atende os anseios da sociedade. “A população já paga uma alta conta para manter uma máquina pública inchada e ineficiente. Vemos o rombo nos cofres públicos aumentar cada vez mais e, mesmo assim, os parlamentares decidem utilizar parte dos recursos para financiar suas campanhas, ao invés de destinar esse dinheiro para áreas essenciais”, diz.
O presidente da Fiep também afirma que a divisão dos recursos do fundo para campanhas vai favorecer os políticos que já possuem mandatos, dificultando a renovação nos cargos públicos. “São eles que controlam as estruturas partidárias e vão ser os responsáveis pela aplicação dos recursos públicos do fundo. Isso não favorece o surgimento de novas lideranças”, argumenta.
Em sua opinião, os parlamentares vêm dando uma importante resposta às necessidades do país neste momento de dificuldades, tendo aprovado questões como o teto para o aumento dos gastos públicos, a regulamentação do serviço terceirizado e a modernização das leis trabalhistas, entre outras. “Com certeza, os eleitores vão valorizar esse esforço do Congresso Nacional. Porém, a Reforma Política atualmente em discussão está longe da ideal”, afirma. “O que precisamos não é de um fundo para financiamento de partidos ou eleições, mas de mecanismos para tornar as campanhas mais baratas e que façam com que os cidadãos se sintam efetivamente representados por quem elegem”, completa.