
O mês de maio registrou leve elevação nos índices de Confiança da Indústria de Transformação do Paraná (ICIT-PR) e de Confiança do Empresário da Construção (ICEC-PR), segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) divulgados nesta segunda-feira. Embora muitos dos quesitos apurados permaneçam na área de pessimismo, dois dos índices de difusão do setor de construção de abril apontaram para uma tendência de reversão positiva: ‘Novos Empreendimentos e Serviços’ e ‘Perspectiva para os próximos seis meses quanto ao número de empregos’; ambos se posicionaram na área de otimismo após mais de um ano pessimistas.
“O índice de confiança da construção completou, em maio, quatro meses de recuperação consecutivos, o que permite dizer que houve um ponto de inflexão em janeiro. Esta inflexão de confiança vem sustentada pela diminuição da desconfiança dos índices de confiança da economia e da empresa”, explica Roberto Zurcher, economista da Fiep. “Por outro lado, os indicadores de difusão da atividade presente vêm se recuperando mês a mês desde janeiro, criando uma expectativa de melhoria do cenário entre os empresários e, com isso, os dois indicadores citados de atividade futura saíram da área de pessimismo”, completa.
O ICIT-PR registrou elevação de três pontos em maio na comparação com abril, e chega a 37,7 pontos, ainda na área de pessimismo — abaixo dos 50 pontos. O número é uma mudança em relação ao mês anterior, quando o indicador havia recuado 2,9 pontos se comparado a março. No confronto com maio do ano passado, o índice subiu 2,6 pontos.
Já o ‘Índice de Condições Atuais’ — formado pelo ‘Índice de Condições da Economia’ (que subiu 3,5 no mês a mês) e pelo ‘Índice de Confiança da Empresa’ (queda de 2,4 em maio contra o mês passado), teve leve queda de 0,1 ponto ante abril, ficando em 29,4 pontos, também na área de pessimismo, agora pela 41ª vez consecutiva. O patamar é o mesmo de maio de 2015.
Composto pelo ‘Índice de Expectativas da Economia’ (elevação de 11,2 de abril para maio) e pelo ‘Índice de Expectativas da Empresa’ (leve alta de 1,7 no mês a mês), o Índice de Expectativas do Empresariado Paranaense’ subiu 4,9 pontos em maio contra abril, chegando a 42,5 pontos. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o salto positivo é de 4,5 pontos. Segue na área do pessimismo apesar da variação positiva.
Produção, estoque e emprego
Os indicadores relativos ao nível de produção em abril registraram queda na comparação com março. O ‘Volume de Produção’ caiu de 48 para 42,2 pontos. Ainda assim, se mostra consideravelmente acima dos 36 pontos obtidos no mesmo mês do ano passado. Em ‘Utilização de Capacidade Instalada’, também houve queda, indo de 33,9 para 31,8 pontos. Em abril de 2015, esse indicador alcançou 32,2 pontos.
Houve retração também nos indicadores da situação atual, ainda que dois deles estejam na área do otimismo. A ‘Evolução do Número de Empregados’ caiu de 44,9 em março para 43,3 pontos em abril, embora esteja acima dos 42,5 pontos apontados no mesmo período de 2015. Já a ‘Evolução de Estoques de Produtos Finais’ (planejado/desejado) subiu de 55,3 para 56,5 pontos, apresentando o único aumento, já que os ‘Estoques de Produtos Finais’ (evolução) caíram de 55,9 para 54 pontos. Ambos os indicadores caíram em relação aos aferidos em abril de 2015, quando registraram, respectivamente, 60,4 e 58,8 pontos.
Construção
Maio também registrou elevação no Índice de Confiança do Empresário da Construção. Segundo a Fiep, o indicador subiu 3,1 pontos na comparação com abril, chegando a 38,7 pontos. A elevação não foi suficiente para tirá-lo da área de pessimismo, onde permanece pela 26ª vez seguida.
“O ano começou na área de pessimismo, no menor nível de toda a série histórica desde janeiro de 2009”, lembra Zurcher. Mesmo com a elevação registrada no mês, o índice se posiciona 2,2 pontos abaixo do nível de confiança medido em maio do ano passado.
Também mantido na área de pessimismo, o ‘Índice de Condições’ subiu 4,1 pontos ante abril, chegando a 32,7 pontos. O resultado é 2,6 pontos abaixo do apresentado no mesmo mês de 2015. A rotina se repetiu também no ‘Índice de Expectativas’, que registou leve elevação, de 1,9 ponto na comparação mês a mês, chegando a 41,7 pontos em maio, mas segue pessimista e mostra queda de dois pontos se comparado a igual período do ano anterior.
O ‘Nível de Atividade Comparada ao Mês Anterior’ se manteve praticamente estável, indo de 41,2 para 41,1 pontos entre abril e março (porém, acima dos 38,5 de igual período do ano passado). O ‘indicador de Nível de Atividade em Relação ao Usual’ saltou de 28,1 para 34,7 pontos no mês a mês (o índice está acima também dos 32,9 de abril de 2015), enquanto o ‘Número de Empregados’ também permaneceu praticamente no mesmo patamar, indo de 40 para 40,2 pontos de março para abril (mas acima dos 38,6 pontos de abril de 2015).
Os dados mais alentadores foram apurados nos indicadores conjunturais de abril, mais precisamente em atividade futura nas comparações contra março: o ‘Nível de Atividade para os próximos seis meses’ saltou de 35,5 para 47,9; as ‘Compras de Insumos’ foram de 34,7 para 45,3; os ‘Novos Empreendimentos e Serviços’ subiram de 31 para 53,7 e a ‘Perspectiva para os próximos seis meses quanto ao número de empregos’ se elevou de 38,4 para 52,6. Os dois últimos entraram na área de otimismo após 16 meses de pessimismo.
Os índices de confiança
Mensalmente, o departamento Econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná divulga os indicadores de Confiança da Construção Civil e o da Indústria de Transformação. Eles variam no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam empresários confiantes, melhores condições ou expectativas positivas.
Os indicadores de condições e de expectativas sintetizam a percepção do empresário em relação às condições da economia e às do seu negócio e quanto às expectativas em relação à economia e de performance de sua empresa.