Proposta de Valor: a arma secreta para os pequenos negócios conseguirem vantagem competitiva

André Turetta, consultor do Senai, explica como as metodologias para criação de valor podem trazer vantagens para sua empresa

Em uma pesquisa de competitividade realizada com 60 países pela Fundação Dom Cabral, o Brasil vem caindo no ranking nos últimos quatro anos. Hoje ocupa o preocupante 54º lugar. Na mesma linha a Confederação Nacional da Indústria (CNI) confirma essa tendência, e desdobra alguns indicadores inquietantes, como perda da eficiência produtiva, em decorrência de dificuldades com transporte, mão-de-obra e custo. Neste cenário um tanto hostil, em que a questão politica tem imperativamente influenciado tomadas de decisão estratégicas que impactam negativamente a vida das empresas, é a criatividade que aparece como principal arma contra a perda de competitividade.

É bem verdade que os pequenos negócios, representados por 99% das empresas brasileiras, possuem mais agilidade e flexibilidade para se adaptarem às novas tendências de mercado, sejam elas sobre o comportamento do consumidor, tecnológicas ou macroeconômicas. Considerando a resiliência com que estes pequenos negócios enfrentaram a crise de 2008. As pequenas empresas que estão alinhadas com as demandas do mercado e atualizadas em termos de capital intelectual e tecnológico possuem mais vantagem competitiva, já que aceleram exponencialmente a escalabilidade de seu negócio. Este alinhamento pode ser traduzido em uma expressão bastante difundida nos últimos anos: a proposta de valor.

O desafio de tornar-se e manter-se sustentável depende diretamente da criação de valor para o cliente. Este imperativo, diz respeito a não apenas clientes externos, em que a empresa coloca muito mais esforço para melhorar a atratividade de mercado, mas também, aos clientes internos e da cadeia de valor da organização. Aqui, identificamos uma bifurcação da criação de valor: uma foca na criação de valor a partir do entendimento do mercado e outra, nos processos internos e relacionamentos que a empresa mantém com toda a sua rede de atores (fornecedores, parceiros, etc.). Quando a empresa consegue mapear pontos de geração de valor neste ambiente competitivo, de maneira integrada, passa a mitigar riscos e reduzir custos operacionais com maior facilidade.

Então, a criação simultânea de valor para clientes internos e externos, retrata o que já foi bastante difundido na “Estratégia do Oceano Azul”: reduzir e eliminar atividades desnecessárias e aumentar ou criar valor de maneira diferente da concorrência. Embora este segredo de competitividade pareça bastante simples, a empresa apenas consegue colocar em prática um plano de ação que lhe permita saltar em termos competitivos, quando visualiza todas as dimensões (internas e externas) em que pode se comparar com seus concorrentes e finalmente, ter insights de inovação.

Mas e a criatividade, onde entra? Recentemente, temos visto surgir o advento de metodologias lean. Estas metodologias que revisitam abordagens e ferramentas de gestão estratégica antes vistas de forma isolada e mais linear, hoje ressurgem como alternativas para o desenvolvimento e validação de novos negócios focando na criação de valor e na redução de riscos tecnológicos e financeiros. Estes processos, tais como o design thinking, o business model canvas, o lean startup e o radar 360 graus da inovação, atuam de maneira imersiva e intuitiva na observação em profundidade do mercado, visando à geração de oportunidades e a validação da viabilidade destas de maneira ágil e mais barata que os processos tradicionais de pesquisa e desenvolvimento.

As principais vantagens de a empresa conhecer essas metodologias recentes para sistematizar o processo de gestão da inovação, são: a) a ampliação do escopo do que é inovação (desmistificação do tema para o time da empresa e ampliação do conceito, ou seja, inovação não é só de produto, mas pode acontecer em várias dimensões do negócio); b) mobilização da equipe e de parceiros para cocriar ideias e projetos; c) aproveitamento de tendências de mercado para melhoria do portfolio de produtos e serviços da empresa; d) envolvimento do cliente do processo de construção ou remodelagem do negócio e, finalmente, e) antecipação de avaliações qualitativas e quantitativas multicritérios para economia de recursos financeiros alocados para os projetos.

Em última análise, o aparecimento de novas metodologias e abordagens que focam na criação de valor para o negócio, tem sido a resposta para dar mais velocidade e segurança para os novos empreendedores. Se você, portanto, é um velho empreendedor, está na hora de se renovar. Continuar neste processo de comoditização da gestão e dos produtos, só irá matar o seu negócio. Quem faz mais do mesmo, pouco se destaca no mercado globalizado. Se você revende carros, seu concorrente não é mais apenas as demais lojas de veículos, mas o cirurgião plástico, que se oferecer uma proposta de valor e uma experiência superior à sua, acabará convencendo a esposa do seu cliente potencial a optar pelo aumento dos seios no lugar do carro novo.

Finalmente, a construção de uma proposta de valor é tão ou mais importante quanto a definição da missão do próprio negócio, principalmente se estamos falando dos pequenos negócios, que muitas vezes competem com grandes corporações. A proposta de valor é o pacote de benefícios criado para seus principais clientes e parceiros. Este pacote precisa “encaixar” nas aspirações (dores, desejos) que os clientes (externos ou internos) possuem. O uso de metodologias mais imersivas e que valorizam a observação e a análise de dados do ambiente competitivo, permitem a identificação de necessidades que até mesmo as pessoas não sabem que possuem. E quando você se antecipa e lança atrativos que potencializam sua proposta de valor, passa a liderar em um quesito que seu concorrente nem sabia que existia.

Sobre o Senai  – Centro Internacional de Inovação

O Senai  presta consultorias para inovação em modelos de negócios, para empresas de diversos portes e segmentos e aplica metodologias e ferramentas práticas, tais como o design thinking, business model canvas e o radar 360 graus da inovação. Sua empresa pode utilizar estes serviços consultivos para estudar e implementar alternativas para tornar seu negócio mais atrativo para o mercado ou identificar pontos para redução de custos operacionais com processos mais ágeis, envolvendo seus colaboradores na cocriação de soluções inovadoras. Conheça e nos contate através do site.

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Design Thinking®

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Por André Luiz Turetta, consultor de Negócios do Senai no Paraná

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