Produção industrial do Paraná mantém dinamismo em novembro

Na comparação com novembro de 2019, foi o maior crescimento do país, de 14%

Os resultados regionais de novembro do ano passado divulgados hoje (14/1) pelo IBGE, referentes à produção industrial nos estados, mostram que a indústria do Paraná vem recuperando o dinamismo e reduzindo as perdas acumuladas ao longo de 2020, em função da pandemia.

O resultado foi o maior crescimento do Brasil, entre as 14 unidades da Federação avaliadas.
Crédito das fotos: Gelson Bampi

Ficou em 14% quando comparado com o mesmo mês do ano anterior. O mesmo indicador nacional teve alta de 2,8%. Os demais estados do Sul também registraram recuperação, com crescimento de 11,1% em Santa Catarina e de 8,7% no Rio Grande do Sul.

Os setores que mais contribuíram para o resultado positivo foram produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos, com 41,5% de alta, madeira (32,4%) e máquinas e equipamentos (30,1%). “Dos 13 segmentos acompanhados pelo IBGE, 11 registraram alta no Paraná, o que mostra um crescimento robusto e diversificado da atividade industrial do estado”, avalia o economista da Fiep, Evânio Felippe.

Os dois setores que ainda ficaram negativos foram fabricação de produtos químicos, com queda de 3,4%, e automotivo, com -1,8%. “Mesmo em queda estes segmentos já apresentam evolução em relação aos meses anteriores. O automotivo, por exemplo, vinha de redução de 25% em outubro e já vem numa tendência de recuperação no seu ritmo de atividade. É uma boa notícia porque mostra que mês a mês o setor vem melhorando seu desempenho”, destaca.

Acumulado de 2020

Na avaliação do resultado de janeiro a novembro, o Paraná ainda acumula queda de 4,3% na produção industrial. O Brasil registra retração de 5,5%. Dos 14 estados avaliados, apenas três já recuperaram as perdas da pandemia no ano: Pernambuco (3,2%), Rio de Janeiro (0,5%) e Goiás (0,4%). O Paraná fica na quarta colocação, ainda em queda, mas com indicador melhor do que o de outubro, que ficou em -6% no mesmo período. “Os dados apontam uma trajetória de recuperação da indústria a cada mês e a expectativa é que se mantenha o ritmo até o fechamento do ano, que será divulgado em fevereiro”, reforça Felippe.

Setor madeireiro, que exporta para vários países e fornece material para outras cadeias industriais, ficou estável, recuperando as perdas do ano.

No acumulado do ano, os setores que têm sustentado a recuperação da indústria paranaense são fabricação de produtos de metal (10,6%), alimentos (9,3%), produtos derivados do petróleo (7,3%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (5,6%) e móveis (4,7%). O setor da madeira, importante para o estado, pois exporta para vários países e fornece material para outras cadeias industriais, ficou estável,  recuperando as perdas do ano.

“Nota-se que a principal atividade industrial do estado, a produção de alimentos, continua acumulando alta, como ocorreu ao longo de 2020, e tem contribuído para os bons resultados do setor”, diz o economista. Segundo ele, o setor de alimentos representa 32% do PIB industrial do estado e é o que gera mais empregos formais na indústria local. São mais de 207 mil empregos neste segmento, ou seja, 32% da mão de obra da indústria do Paraná está alocada no setor alimentício.

“Mas é importante avaliar que esse resultado está condicionado à mudança no padrão de consumo das famílias e a mudanças no comportamento do consumidor durante a pandemia”, analisa. Com as pessoas ficando mais tempo em casa, as refeições fora diminuíram, assim como aumentaram as idas ao supermercado, os investimentos em móveis e eletrodomésticos para adaptar a rotina e melhorar o conforto das famílias e dos profissionais para o trabalho em home office. “Outro ponto importante foi o recurso oriundo dos programas de auxílio do Governo Federal, que garantiu renda a mais de 60 milhões de pessoas no ano passado. O consumo de alimentos foi mantido por ser um produto essencial”, completa.

Também há uma questão sazonal em relação ao setor, já que alimentos é um dos principais itens considerados em função das festas de fim de ano e costumam sempre registrar aumento de consumo nesta época. Agora, a expectativa é para o resultado de dezembro, que trará o balanço do ano. “A percepção é de uma continuidade nesta tendência de recuperação. Já para os próximos meses, é preciso aguardar para ver como os consumidores e a economia vão se comportar com o fim dos programas de auxílio, que impactam na renda das famílias. Além de considerar que ainda estamos sob influência da pandemia no Brasil, que pode influenciar a atividade no mercado de trabalho e o consumo no país”, conclui.

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