A sociedade está enfrentando a Covid-19 de uma forma completamente diferente do que fez com epidemias globais anteriores. O tempo para a identificação e o sequenciamento genético do novo coronavírus ocorreu em recorde histórico. Além disso, a interpretação de amplas bases de dados, de forma inédita, vem auxiliando no entendimento da doença e permite prever sua evolução. Apresentar a forma como esses movimentos tecnológicos, que acontecem em todo o mundo, podem inspirar novos negócios é a proposta do E-book Sinais e Drivers Tecnológicos, que está sendo lançado pelo Observatório Sistema Fiep.
“Parece insensato debater avanços tecnológicos seguindo a lógica discutida anteriormente à atual crise global. Os direcionadores de negócios da pré-crise estavam focados em vantagem competitiva, redução de custos, produtividade, sustentabilidade e inovação. O objetivo era fazer com que as empresas funcionassem melhor”, analisa o presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro. Para ele, no cenário atual, os desafios são de outra natureza.
“A tecnologia deve ser capaz de contribuir efetivamente com aplicações para o contexto da pandemia”, afirma. Ele explica que com a publicação, o Sistema Fiep pretende chamar a atenção dos industriais para movimentos tecnológicos de diversas regiões do globo que podem inspirar e direcionar soluções nos próximos meses. O e-book é destinado principalmente a equipes de inovação e equipes de planejamento das empresas que estejam precisando repensar seus projetos e atuações por conta da pandemia.
De acordo com a publicação, ferramentas como Big Data & Analytics vêm permitindo a interpretação de amplas bases de dados de forma inédita, auxiliando no entendimento e na previsão dos movimentos da doença. “Essas tecnologias apoiam tomadas de decisão de forma ágil e assertiva, possibilitando a determinação de quem está correndo risco mais ou menos elevado de contágio”, destaca Marília de Souza, gerente do Observatório Sistema Fiep. Além disso, segundo ela, o e-book mostra que as possibilidades de cruzamento de dados e informações são inesgotáveis. “O cruzamento da evolução da contaminação em determinada área com os fluxos aéreo e rodoviário, ou da geolocalização de infectados com seus contatos no período de incubação são dois exemplos de como a combinação de informações, viabilizado por conta da tecnologia, pode contribuir para o controle da pandemia”, observa.
Drivers tecnológicos
Na construção do e-book, o Observatório Sistema Fiep fez a varredura de sinais para nove pilares tecnológicos, chegando a dez drivers de mudança. As interseções e as colisões desses drivers têm o potencial de mudar a forma como se buscam respostas para o contexto pandêmico e lançam as bases para a construção de soluções inovadoras e disruptivas.
Os dez drivers tecnológicos para a criação de soluções inovadoras para a covid-19, apontados pela publicação, são:
Soluções com código aberto
Difusão de ferramentas que fazem uso do licenciamento livre de projetos detalhados em meio digital para facilitar a prototipação e o desenvolvimento de soluções por usuários diversos.
Higienização inteligente
Uso de tecnologias de automação, comunicação e interação para solucionar problemas de saneamento básico e colaborar com a educação em prol de hábitos de higiene mais saudáveis.
Cenários de evolução hipotética
Criação e análise de cenários futuros possíveis e prováveis para determinado contexto de estudo, com base em dados estatísticos e modelos matemáticos.
Simulações moleculares
Emprego de modelos físicos-matemáticos-computacionais de representação aproximada da realidade para compreender reações e realizar combinações em nível molecular.
Entretenimento interativo
Exploração de tecnologias imersivas para proporcionar experiências de entretenimento a distância.
Nuvens adaptativas
Fornecimento de serviços de computação em redes customizadas, objetivando armazenar e transmitir dados relativos a metas específicas ou facilitar a comunicação entre atores com interesses convergentes.
Codificação epidemiológica
Estruturação de dados coletados por meio de softwares diversos com o intuito de elaborar mapas de orientação e entendimento do contexto pandêmico.
Vigilância biométrica
Aplicação de tecnologias capazes de detectar características físicas e comportamentais dos seres humanos com o intuito de monitorar variáveis e orientar tomadas de decisões.
Robotização pró-distanciamento
Utilização de sistemas eletromecânicos com distintos graus de automação para executar diferentes tarefas e, assim, evitar – ou minimizar – o contato físico entre pessoas.
Resiliência cibernética
Desenvolvimento de sistemas de comunicação e controle que aprimoram a capacidade de indivíduos e organizações em lidar com situações adversas e auxiliam na proteção de dados em ambiente digital.
Cruzamentos de drivers
O e-book traz também exemplos de soluções a partir do cruzamento de drivers. Alguns exemplos, são:
Simulação da relação das mãos limpas e imunidade
Nanossensores aplicados à pele das mãos podem coletar e transmitir dados referentes ao grau de limpeza e à condição de imunidade da pessoa analisada. Com esses dados, será possível simular a relação entre os diferentes níveis de limpeza e o grau de imunidade de um indivíduo. Essa solução pode ser uma forte aliada nas ações de educação para a saúde, uma vez que fornecerá embasamentos científicos para auxiliar na disseminação de hábitos saudáveis de higiene.
Projeto de recriação de obras de arte clássicas
Por meio da disseminação de rascunhos e protótipos de obras de arte famosas – bem como de informações detalhadas sobre as fontes de inspiração dos criadores – será possível reproduzi-las em casa ou em ateliê particular. Essa solução irá permitir que as pessoas possam desenvolver suas habilidades artísticas e compreender melhor o processo de criação de artistas consagrados.
Acesse a íntegra do e-book aqui: http://obshub.com.br/pub/covid/sinais-e-drivers-tecnologicos-covid-19.pdf