
Nos últimos cinco anos, os acidentes de trabalho relacionados à eletricidade cresceram 33% no Brasil. Os dados são da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), os quais mostram também que, em 2018, 1.387 pessoas sofreram acidentes envolvendo choque ou incêndio. Falta de treinamento, fiscalização e manutenção de equipamentos são alguns dos motivos para que acidentes como esses ocorram. Para debater a segurança e saúde do trabalhador, o Sistema Fiep, por meio do Sesi no Paraná, promoveu no mês de abril uma série de palestras em quatro cidades do estado. Os eventos tiveram início em Londrina e seguiram para Cascavel, Maringá e Curitiba.
O último evento aconteceu no dia 29 de abril, no Campus da Indústria, em Curitiba. Trabalhadores, gestores e empresários participaram do encontro que contou com diversas palestras, entre elas, um debate sobre instalações elétricas nos canteiros de obras. Recentemente, a Norma Regulamentadora (NR) 18 teve uma alteração no trecho que fala sobre SST na construção civil. “Instalações elétricas estão entre as principais causas de acidentes de trabalho na construção. As NRs são importantes para modernizar as atividades, contribuindo para a redução no número de acidentes. No entanto, para que essa diminuição ocorra de fato, é preciso que o empregador e o trabalhador se conscientizem e que haja uma fiscalização mais ativa”, afirma Rubens Patruni Filho, Auditor Fiscal do Trabalho e palestrante no evento.
As palestras promovidas pelo Sistema Fiep fazem parte da Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CANPAT), que este ano teve como tema ‘Gestão de Riscos Ocupacionais: o Brasil contra acidentes e doenças do trabalho’. Para Rosângela Fricke, gerente executiva de Segurança e Saúde para Indústria do Sistema Fiep, é fundamental que a empresa olhe sempre para o seu processo produtivo como um todo, observando quais são os riscos. “Dessa forma é possível tratar e diminuir os perigos, promover a saúde no ambiente de trabalho e com isso reduzir os custos da empresa, deixando-a mais competitiva no mercado”, ressalta.
O coordenador de Segurança do Trabalho do Seconci-PR, Roberto Gubert Rocha, explica que debater sobre SST é sempre importante, mesmo que em alguns casos essa discussão torne-se repetitiva. “Devemos nos conscientizar que o trabalhador precisa participar dos treinamentos e usar corretamente os equipamentos de segurança e que empresa precisar investir em ações de prevenção, em treinamentos e, claro, em EPIs”, comenta. Para Jonathas Colletti, da Athos Engenharia, um dos participantes do evento, as empresas falham muito com relação à SST. “Por isso é importante buscar informações para melhorar o ambiente de trabalho. Acredito que, por parte da empresa, falta pensar um pouco mais nas formas de prevenção de acidentes. Mas também falta fiscalização”, avalia.