Fiep realiza assembleia geral do Conselho de Representantes

Encontro contou com as participações do juiz Marlos Melek, do presidente da Fiemg, Flávio Roscoe Nogueira, e do diretor-geral de Itaipu, Marcos Stamm

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) realizou nesta sexta-feira (30), em Foz do Iguaçu, a assembleia geral de seu Conselho de Representantes. Em pauta, além da aprovação do plano de trabalho e da previsão orçamentária para 2019, questões ligadas à sustentabilidade financeira dos sindicatos filiados. O encontro contou ainda com as participações do juiz do trabalho Marlos Melek, do presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe Nogueira, e do diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Marcos Stamm.

O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, destacou a grande participação de delegados na assembleia geral. No total, estiveram presentes representantes de 84 dos 90 sindicatos industriais aptos a votar. “Foi o maior número de participantes até hoje. Isso demonstra a preocupação do nosso Conselho de Representantes e dos empreendedores industriais com os assuntos pertinentes ao desenvolvimento econômico, à defesa de interesses e à manutenção dos sindicatos”, analisou. Para ele, os debates foram importantes para dar encaminhamento a propostas para a sustentabilidade dos sindicatos, que voltarão a ser discutidas nos próximos meses.

Mais do que isso, Campagnolo afirmou que a participação de lideranças de diferentes áreas na assembleia geral mostra o prestígio que a Fiep tem perante a sociedade. “O próprio governador Ratinho Júnior, pela impossibilidade de comparecer, uma vez que chegou de viagem internacional nesta semana, conversou por telefone conosco e se colocou à disposição para a gente se reunir ainda neste ano”, disse, referindo-se à ligação feita pelo governador eleito do Paraná durante o evento.

Reforma Trabalhista
Durante a assembleia, o juiz federal do trabalho Marlos Melek, que integrou a equipe que ajudou a redigir o texto da Reforma Trabalhista, fez uma apresentação sobre os impactos da nova lei após seu primeiro ano de vigência, completado neste mês. Entre outros dados, citou um levantamento do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que mostra uma redução de 36,5% no número de processos trabalhistas em 2018. “Mas acredito que essa queda possa ter sido até de 50% a 60%, pelo que vejo na minha seção judiciária e em outras com que tenho contato”, relatou.

Segundo o juiz, o grande objetivo da nova legislação era reduzir a hostilidade com que o Estado trata o empreendedor brasileiro. Um dos sinais de que isso está acontecendo é o fato de as ações protocoladas após a reforma terem pedidos de indenizações bem mais baixos do que as anteriores. “Os processos que estão dando entrada depois da reforma têm valores das causas condizentes com a realidade”, declara.

Para Melek, um dos grandes desafios após a reforma é justamente encontrar os melhores caminhos para o financiamento dos sindicatos laborais e patronais, já que a arrecadação sindical nacional teve uma queda de 86% com a nova lei. Ele, porém, é totalmente contra a adoção de qualquer tipo de contribuição sindical obrigatória. “O grande desafio do momento é discutir um modelo de financiamento sindical, mas precisamos ser razoáveis. Não podemos imaginar que os sindicatos poderão ficar à míngua, mas também não podemos retroceder ao ponto de termos mais de 18 mil sindicatos no país”, justificou.

Crédito para a indústria
Já o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe Nogueira, apresentou a experiência da federação mineira no estímulo ao financiamento da indústria de seu estado. Isso ocorre por meio da Credifiemg, uma cooperativa de crédito criada pela entidade em 2005 e que, hoje, tem R$ 90 milhões emprestados para indústrias.

Segundo ele, as cooperativas são uma grande solução para incentivar a descentralização do sistema financeiro brasileiro, cuja baixa concorrência faz com que os juros reais sejam elevados no país. Roscoe cita que a participação das cooperativas de crédito nos Estados Unidos chega a 20% do mercado financeiro, enquanto na Alemanha o percentual sobe para 40%. “No Brasil, as cooperativas nasceram no setor rural e ainda são mais fortes nele, sendo pouco utilizadas pela indústria”, diz. “Diferente dos bancos, que são sociedades de capital, as cooperativas são sociedades de pessoas. Isso permite uma participação democrática, todo mundo opina na vida da cooperativa e quem determina a linha de atuação são os diretores, que são associados. Por isso, é uma boa oportunidade para a indústria, que precisa se aproximar mais das cooperativas”, completa.

Desenvolvimento sustentável
Quem também participou da assembleia geral foi o diretor brasileiro da Itaipu Binacional, Marcos Stamm. Ele destacou projetos que a empresa já desenvolve em parceria com o Sistema Fiep. “Essa proximidade é uma questão natural. O segmento industrial gera empregos, é responsável realmente por riquezas. Itaipu potencializa toda uma região, além de ser a maior geradora de energia do mundo. A Fiep é uma parceira importante para que nós possamos exatamente cumprir uma das nossas missões, que é a sustentabilidade”, afirmou.

Na última sexta-feira (23), por exemplo, Itaipu assinou um protocolo de intenções com o G7, grupo das principais entidades do setor produtivo paranaense, incluindo a Fiep. O acordo prevê uma série de ações para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Paraná. “Parcerias não só com a Fiep, mas com as demais federações que se preocupem com o desenvolvimento sustentável, são muito importantes”, completou o diretor.

No encontro, Stamm esteve acompanhado do diretor-superintendente do Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), Jorge Callado, e do chefe da assessoria de Informações da empresa, general Luiz Felipe Kraemer Carbonell, escolhido pelo governador eleito como futuro Secretário da Segurança Pública do Paraná.

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