Investir em felicidade é fator para aumento de produtividade, diz Eduardo Gianetti

Para o economista e cientista social, que proferiu palestra dentro da programação da reunião de diretoria e assembleia geral da Fiep, trabalhadores felizes são mais criativos no ambiente de trabalho

Gianetti: pessoas que se sentem felizes naquilo que fazem são mais produtivas (Foto: Gelson Bampi)

Investir na felicidade e bem estar dos colaboradores pode ser um instrumento fundamental para aumentar a produtividade e melhorar os resultados de uma empresa. A afirmação é feita pelo economista e cientista social Eduardo Gianetti, que ao longo de sua carreira se dedica, entre outros temas, a estudar pesquisas desenvolvidas no mundo inteiro que tentam identificar quais são os determinantes da felicidade humana.

Gianetti foi o palestrante, nesta quinta-feira (29), do primeiro dia de atividades da reunião de diretoria e da assembleia geral da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), que acontece em Foz do Iguaçu. Ph.D. pela Universidade de Cambridge, onde foi também professor, Gianetti é autor do livro “Felicidade”, em que relata resultados empíricos de estudos sobre o assunto.

Falando a uma plateia de industriais, Gianetti destacou que é preciso demarcar o sentido do termo felicidade. “Uma coisa é o estar feliz, que é circunstancial, um estado de ânimo. Outra coisa é o ser feliz, que é uma avaliação de uma trajetória, de um ciclo de vida”, explicou. Diante disso, ressaltou a importância de as empresas se preocuparem com a felicidade de seus colaboradores. “As pessoas que se sentem felizes naquilo que fazem são mais produtivas, faltam menos ao trabalho, usam mais sua imaginação e criatividade no ambiente de trabalho, contribuem para que as coisas corram bem no seu grupo, na sua instituição, na sua organização”, afirmou.

Para Gianetti, as empresas devem tentar entender o que os trabalhadores estão sentindo no deu dia a dia, se estão fazendo atividades que consideram relevantes e se o ambiente de trabalho interpessoal é motivador. “Tudo isso faz muita diferença. Uma empresa que se torna apenas um contrato mercenário, em que a pessoa vai lá, aluga o seu tempo e depois recebe seu pagamento por isso, é uma empresa condenada. Porque ela vai desperdiçar o que é mais importante do ponto de vista de capital humano, que é a criatividade, o desejo de aprimorar as operações e o modo como as coisas funcionam dentro da organização. Essa criatividade, essa atenção ao detalhe, é o que torna uma empresa mais produtiva”, justificou.


O economista destacou ainda que, do ponto de vista econômico, os estudos mostram que não existe uma relação tão direta entre renda e bem estar humano. “Essa relação é muito forte quando você vem de baixo. Para as camadas de menor renda, acréscimos de renda se traduzem em felicidade. Mas, a partir de um certo nível de renda, que nem é tão alto assim, desaparece a relação empírica entre aumento de renda e ganho de felicidade”, declarou.

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