Sistema Fiep desenvolve programa para acolhimento de migrantes

O projeto acontece em três etapas e envolve ensino da língua portuguesa, desenvolvimento de qualificações profissionais e orientação de carreira

Há um ano a haitiana Michelange Bruceis chegou ao Brasil sem perspectivas. Desde então, procurou cursos e empregos para conquistar novas oportunidades no mercado de trabalho brasileiro. Em novembro de 2017, ela conseguiu a chance de iniciar o curso de qualificação profissional em panificação, no Programa Migrante do Sistema Fiep. Michelange está entre os 40 mil haitianos que já entraram no território brasileiro desde 2010. O Brasil é um dos países onde mais se encontram imigrantes haitianos e isso ocorre em virtude da oferta de auxílios como alimentação, moradia e vistos provisórios de trabalho que vêm sendo concedidos.

Para fortalecer o compromisso com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e criar condições de integração do migrante ou refugiado à sociedade brasileira, o Sistema Fiep lançou em novembro o Projeto Migrantes, que, por meio do ensino da língua portuguesa, desenvolvimento de qualificações profissionais e orientação de carreira, visa propor o desenvolvimento do imigrante no país. O projeto envolve a integração do Sesi (língua portuguesa), Senai (curso de qualificação profissional) e do IEL (orientação sobre como elaborar currículos e comportamento em entrevistas profissionais).

A primeira turma do curso de qualificação profissional prevista no projeto reúne 24 alunos, sendo 70% deles haitianos e os demais 30% venezuelanos, argentinos, dominicanos e colombianos. A idade média desses alunos é de 33 anos. O mais velho tem 54 anos e o mais novo, 20. 56% deles são do sexo masculino.

Gerente Executiva de Educação do Sistema Fiep, Giovana Punhagui comenta que o projeto é uma oportunidade para acolher os estrangeiros que vêm para o Brasil. “A situação dos refugiados precisa ser avaliada com urgência. Precisamos criar circunstâncias para que eles tenham essa inserção social e sejam reconhecidos. Além de ensinarmos técnicas e aprendizado com a qualificação profissional, na sequência, também vamos orientá-los na formatação do currículo e desenvolvimento de planos de negócio”, explica.

Não é de hoje que o Sistema Fiep desenvolve oportunidades para estrangeiros. De acordo com a gerente de Projetos Estratégicos do Sistema Fiep, Maria Cristhina Rocha, existe uma parceria já estabelecida com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o governo de estado, para apoio na recolocação de emigrantes e refugiados no mercado de trabalho. “Agora recebemos uma demanda especifica para trabalhar a qualificação profissional. Esse programa inicia com cursos voltados para alimentação, mas a expectativa é de que o programa cresça e continue, inserido também em outros setores da indústria”, finaliza.

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