

A economia japonesa passa por um ciclo virtuoso. O PIB japonês registrou um crescimento real de 1% de abril a junho deste ano. O desemprego caiu, chegando a 2%, sendo a menor taxa registrada nos últimos 22 anos. Todos estes indicadores são fruto de uma política financeira arrojada adotada pelo governo japonês, criando um ambiente favorável para a busca de novos investimentos.
A informação é de Fumio Hoshi, conselheiro sênior da Sumitomo Mitsui Financial Group, que participou, nesta segunda-feira (28), do painel “Panorama Econômico do Japão e do Brasil e Perspectivas para Reforma”, durante a 20ª Reunião Conjunta do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, realizado na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Makoto Kinoshita, presidente no Brasil do Banco Tokyo-Mitsubishi, falou do interesse dos japoneses em investir no exterior e destacou as áreas consideradas estratégicas para investimentos. Citou obras de infraestrutura em rodovias, ferrovias e portos, bem como a área de energia.
O painel teve a participação também de Shinichiro Shimizu, diretor-presidente da Japan Airlines. Ele falou sobre o intercâmbio de passageiros, informando que a América do Sul representa apenas 3% do destino dos japoneses que viajam ao exterior. O presidente da Japan Airlines lembrou que o Japão adquiriu a primeira aeronave brasileira, da Embraer, em 2008 e hoje tem em sua frota 26 aviões fabricados no Brasil. Segundo ele, são aeronaves de ‘muita qualidade’.
Shimizu falou da importância de se aumentar este fluxo e disse que entre os pontos considerados pelos japoneses quando decidem o destino de suas viagens estão especialmente questões relacionadas à segurança, incluindo as ameaças de ataques terroristas e as doenças contagiosas. Para estreitar o fluxo entre os dois países, Shimizu defende mais acesso à informação e o estímulo ao intercâmbio de jovens. “Não precisamos apenas de fluxo de dinheiro, mas também de fluxo de pessoas”, destacou.
Roberto Jaguaribe, presidente da Apex Brasil, destacou algumas mudanças que estão em curso no Brasil e que devem determinar a atração de capital estrangeiro, como o Programa de Parceria em Investimentos (PPI) e a mudança de governança nas estatais brasileiras, especialmente Petrobras e Eletrobras.
O diretor de Políticas e Estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Coelho Fernandes, falou dos avanços promovidos no Brasil na legislação trabalhista. “Embora permaneça ainda uma grande dúvida em relação à reforma da Previdência, conseguimos grandes avanços na área trabalhista com a aprovação da terceirização e uma flexibilização da legislação trabalhista”. Segundo ele, estas reformas impactam algumas áreas de maior interesse por investimentos estrangeiros, como petróleo e gás.
A 20ª Reunião Conjunta do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão é uma realização da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de sua congênere japonesa, a Keidanren, em parceria com a Fiep. O evento foi aberto na manhã desta segunda-feira (28) e prossegue até às 13 horas desta terça-feira (29).