Transformação do país depende de mobilização da sociedade, diz João Doria Junior

Prefeito de São Paulo participou, nesta quinta-feira (3), de encontro com lideranças do setor produtivo paranaense

Doria falou a uma plateia de cerca de 450 empresários e lideranças políticas e do setor produtivo (Fotos: Gelson Bampi)

O Brasil precisa passar por uma transformação, que crie um novo modelo de gestão pública, pautado na honestidade e na eficiência. Essa foi a principal mensagem transmitida pelo empresário João Doria Junior, prefeito de São Paulo, durante palestra realizada nesta quinta-feira (3), em Curitiba. O encontro, que reuniu cerca de 450 lideranças de diferentes segmentos econômicos, foi promovido pelo G7, grupo que reúne as principais entidades representativas do setor produtivo paranaense, em parceria com a Universidade Positivo.

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, explica que o evento com Doria é o primeiro de uma série de encontros que o G7 pretende realizar com lideranças do cenário nacional, para discutir os rumos do país. “Ele é um empreendedor nato e um fato novo na política, prefeito da maior cidade do país e uma das maiores do mundo. Ele faz uma gestão bem focada, como se fosse uma empresa, e tem demonstrado para a sociedade que talvez a gente tenha que mudar a maneira de olhar a política”, afirmou Campagnolo. “Vivemos um momento de reconstrução do país depois de tantas maldades a que temos assistido ao longo do tempo e precisamos mesclar novas lideranças com outros líderes que pensem que a política deve ser mais participativa”, completou.

Em sua palestra, Doria defendeu justamente uma transformação na gestão pública brasileira. “O Brasil tem um enraizamento e uma defesa quase continuada de que é melhor deixar as coisas como estão do que transformá-lo. Eu não acredito nisso”, disse, defendendo em seguida uma redução da máquina pública. “Um Estado menor, um Estado mais eficiente, mais produtivo e mais focado na sua real necessidade de atender onde o Estado é imprescindível: na saúde, na educação, na habitação popular, no transporte coletivo, nos programas sociais e segurança pública. Aí o Estado tem que estar presente, ter eficiência e ter recursos. Onde ele não é necessário, setor privado”, justificou, acrescentando que a prefeitura de São Paulo está implantando um programa de desestatização que abrange 55 áreas da administração municipal.

Doria ao lado do presidente da Fiep, Edson Campagnolo

Segundo Doria, ações como essas são essenciais para que a gestão pública possa focar em programas sociais e ações educacionais. “Para formar jovens que, no futuro, não vão de pender de nenhum tipo de benefício social, exceto a vantagem de terem seu o emprego e a sua autonomia”, declarou. “Eles não dependerão, no futuro, de Bolsa Família ou qualquer outro tipo de bolsa, vão depender de si próprios. Uma nação desenvolvida, uma nação autônoma, é aquela que garante a oportunidade do emprego e da atividade empreendedora para seus habitantes. É isso que traz cidadania, não é a esmola, não é o assistencialismo, não é a valorização do populismo”, completou.

O prefeito de São Paulo também destacou a necessidade de maior união da sociedade civil organizada, elogiando inclusive a mobilização do setor produtivo paranaense possibilitada pelo G7. “É um fato positivo que as entidades empresariais do Paraná trabalhem unidas. Isso não é normal, embora fosse óbvio. É uma ação conjunta, dos diferentes setores, todos trabalhando juntos mesmo que com defesas setoriais individualizadas, mas com o sentimento comum da defesa da livre iniciativa, do desenvolvimento econômico e do progresso social”, afirmou.

Para Doria, essa mesma mobilização deve envolver toda a sociedade, em todo o país, para a construção de um novo Brasil. “Nosso país precisa de gente transformadora, realizadora, modernizadora. Agora é a hora de um novo Brasil, e este novo Brasil não depende de uma pessoa, não há um herói solitário, há um conjunto de valores”, disse. “Precisamos fazer com que a minoria ruidosa e maldosa não se sobreponha à maioria valorosa, porém silenciosa, de brasileiros. Essa não é a responsabilidade de uma pessoa nem é a responsabilidade de um partido. É uma responsabilidade de um conjunto de pessoas que, organizadas, vão poder fazer isso”, acrescentou.

Apesar de ter seu nome cotado como potencial candidato à presidência da República nas eleições de 2018, Doria não confirmou que pode realmente concorrer. “A minha disposição, além de administrar a cidade de São Paulo e fazer o melhor pelo povo da minha cidade, é ajudar o Brasil. Para isso, não preciso ser candidato a nada, eu preciso ser brasileiro, falar a verdade, proceder com transparência e buscar ser inovador”, declarou. “O que vai salvar o Brasil é a decência, a honestidade, a nossa própria capacidade de, unidos, manifestarmos uma opinião brasileira”, concluiu.

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