Desde 2013 está em vigor no Brasil a NBR 15.575, norma que determina parâmetros mínimos de desempenho para os sistemas construtivos, como acústico, térmico, de resistência, entre outros. O objetivo é estabelecer padrões, trazendo assim maior qualidade para os produtos finais da construção civil. Desde que a norma entrou em vigor, é de responsabilidade dos fabricantes, seja dos sistemas ou de componentes, como blocos e telhas, informar ao consumidor o desempenho por meio do resultado de ensaios realizados em laboratório.
Em janeiro deste ano entrou em vigor o regimento do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC) do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), que determina que incorporadoras e construtoras comprovem a adequação à NBR 15.575 para receberam financiamento da Caixa Econômica Federal – com o seis meses do período de adequação, a resolução passa a ser obrigatória a partir de 9 de julho.
No ano passado, o Laboratório de Tecnologias Construtivas foi montado dentro do Instituto Senai de Tecnologia em Construção Civil, em Ponta Grossa, para atender às demandas de todo o estado referentes à NBR 15.575. Para isso, desenvolveu equipamentos exclusivos em parceria com o Instituto Senai de Tecnologia de Metalmecânica, de Maringá.
Letícia Gonçalves, analista de negócios do IST de Construção Civil, explica que para a avaliação do desempenho do sistema construtivo é importante que já esteja concluído. Dessa forma, o ideal é realizar o ensaio na fase final da obra. “Considerando que as amostras estejam prontas para ensaiar, o resultado sai em torno de 45 dias”, afirma.
Além dos ensaios, o laboratório oferece consultorias que objetivam capacitar equipes na interpretação dos critérios e requisitos da Norma de Desempenho nos processos de incorporação, projetos, suprimentos, produção e assistência técnica; levantar ensaios necessários à comprovação do desempenho dos sistemas a partir dos critérios estabelecidos pela Norma; realizar os ajustes ou desenvolver modelos padrão do Manual de Uso, Operação e Manutenção da empresa; e adequar os procedimentos, catálogos de materiais e diretrizes de projetos, para atendimento aos requisitos e critérios determinados pela Norma de Desempenho. “Nesse programa de consultoria são realizados workshops sobre cada parte da norma e, na sequência, visitas às empresas, com foco nos setores abordados no workshop para aplicação dos conhecimentos na prática”, diz Letícia. “Em seguida, é feito um acompanhamento e sugestões de melhorias se necessário.”
Didier Arancibia Alvarez, do setor de desenvolvimento técnico de engenharia da Construtora Laguna, conta que a empresa decidiu realizar a capacitação para entender o grau de aderência em seus projetos e obras em relação à norma de desempenho. “Acredito que mesmo tendo vários processos bem alinhados com a Norma, a capacitação nos permitiu melhorar nossa documentação, nível de exigência de projetistas e fornecedores, pensar em novos documentos e registros, incluir ensaios dentro do fluxo de contratação e execução; foi uma experiência bem positiva”, afirma.
O Laboratório de Tecnologias Construtivas do Senai é precursor na realização dos ensaios e implantação dos conceitos da NBR 15.575 em construtoras do Paraná, sendo uma da instituições brasileiras mais completas e com pleno domínio da aplicação prática de suas exigências. “Temos sido convidados a capacitar outras instituições em outros estados, para que possam realizar esses serviços, como o Rio de Janeiro”, conta.
Dentre os diversos ensaios ofertados, estão: Desempenho Estrutural; Resistência a Impacto de corpo mole (Estrutura, vedações, cobertura); Resistência a impacto de corpo duro (Estrutura, piso, vedações, cobertura); Suporte para peças suspensas (Vedações); Ações transmitidas por portas (Vedações); Peças fixadas em forro (cobertura); Estanqueidade; Ações de vento e chuva (Vedações); Incidência direta de água (vedações); Áreas molhadas (Piso); Durabilidade e Manutenibilidade; Ação de calor e choque térmico (Vedações); Lumínico; Fator luz diurna (Gerais); Acústico; Ruído de Impacto (Piso); Ruído aéreo entre unidades habitacionais (Piso); Isolação acústica entre ambientes (Vedação) e Isolamento acústico devido a sons aéreos (Cobertura).
Serviço:
senaipr.org.br/para-empresas/instituto-tecnologia-em-construcao-civil/
SOBRE O SISTEMA FIEP
O Sistema Fiep é composto pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL). As instituições trabalham integradas em prol do desenvolvimento industrial. Com linhas de atuação complementares, realizam a interlocução com instâncias do poder público, estimulam o fomento de negócios nacionais e internacionais, a competitividade, a inovação, a tecnologia e a adoção de práticas sustentáveis, e oferecem serviços voltados à segurança e saúde dos trabalhadores, à educação básica de crianças, jovens e adultos, à formação e aperfeiçoamento profissional, além de capacitação executiva.