

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, mostrou preocupação com a nova possibilidade de aumento de impostos cogitada pelo governo federal esta semana. Depois de anunciar o fim das desonerações sobre a folha de pagamentos que haviam sido concedidas em 2011, agora o governo estuda elevar tributos sobre combustíveis como forma de reduzir os déficits nas contas da União neste e no próximo ano.
“Aumento de imposto representa aumento de custos para qualquer indústria e qualquer cidadão. Especialmente nesse período de crise prolongada, as empresas não terão como absorver uma nova alta de tributos e terão que repassar os custos para o preço final dos produtos”, afirma Campagnolo. “Isso prejudica cada vez mais o poder de compra do consumidor e dificulta ainda mais a retomada do crescimento econômico do país”, completa.
O presidente da Fiep lembra que a carga tributária já é apontada, pela pesquisa Sondagem Industrial, realizada anualmente pela entidade, como a maior vilã para a competitividade das empresas. No total, 83% das indústrias paranaenses entrevistadas colocam os impostos elevados como o principal empecilho para enfrentar a concorrência no mercado interno.
Para Campagnolo, é preciso que o governo assuma sua responsabilidade e encontre soluções para reduzir gastos desnecessários e aumentar a eficiência administrativa. “É muito cômodo para o governo cobrir o déficit só com o fim de desonerações, retirada de vantagens competitivas e aumento de impostos. Mas o papel de um governo não pode se limitar a isso”, diz. “Ele precisa reduzir despesas e encontrar mecanismos para aumentar a eficiência da máquina pública. É inadmissível que qualquer governo considere que a única saída possível para cobrir seus rombos seja transferir a conta para quem produz, que são os empresários e trabalhadores”, conclui.