

Industriais que contribuem para as discussões do Conselho Setorial da Indústria da Madeira da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e empresários ligados à Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) reuniram-se, nesta quarta-feira (22), em Curitiba, para discutir as perspectivas econômicas do setor. O presidente da Fiep, Edson Campagnolo, participou do encontro, no Campus da Indústria.
“Ficamos felizes em receber dentro da casa da indústria uma reunião compartilhada. A Abimci é uma associação ativa. Em, um momento de recessão, o que faz a diferença é a união do setor. Enquanto federação, nós defendemos a convergência de ações dos conselhos em parceria com outras associações para superarmos a crise política e as consequências econômicas”, defendeu o presidente.
Parceiro comercial
Na primeira reunião de 2017 do conselho, o coordenador Roni Marini Junior falou da importância de se discutir as percepções políticas e econômicas relacionadas aos Estados Unidos, os dados do setor e as perspectivas de recuperação da construção civil, que impactam também as indústrias da madeira. “Estamos em um momento em busca da retomada do crescimento, falar do mercado americano, que é hoje o principal destino do setor, e das possibilidades de comercialização no ambiente interno são assuntos fundamentais para o industrial”, afirmou.
O representante do Departamento de Comércio do Consulado Americano, Andre Leal, participou do encontro e falou das perspectivas de negócios entre o Brasil e Estados Unidos. De acordo com ele, ainda é muito cedo para fazer afirmações sobre o novo governo, mas que a tendência mostra que o Brasil deve se beneficiar das políticas implementadas pela equipe do presidente Trump.
Acrescentou ainda que o país americano tem previsibilidade nas suas práticas de negócios. O foco da gestão presidencial de Trump devem ser questões ligadas à segurança nacional, voltadas para a criação de empregos e as trocas comerciais favoráveis à balança americana.
Raio x do setor
O gerente de Economia, Desenvolvimento e Fomento da Fiep, Marcelo Percicotti, apresentou um panorama do setor. Apesar da recessão econômica, o gerente afirmou que as indústrias da madeira contribuem para que os dados conjunturais da indústria de transformação no Estado.“Desde 2008, o setor madeireiro contribui para o saldo da balança comercial do Estado e a participação tem crescido”, avalia.
Dos 399 municípios paranaenses, 274 possuem atividades do setor, destacam-se como importantes polos: Imbituva, Guarapuava, Ponta Grossa, União da Vitória, Bituruna e Clevelândia.
Modelo construtivo wood frame
A projeção do vice-presidente da área técnica do Sindicato da Indústria de Construção Civil no Paraná, Euclésio Finatti, é que com a retomada da confiança do industrial e a melhora na conjuntura econômica, novos empreendimentos. O que depende, segundo ela, da oferta de crédito para construir e para comprar. Finatti afirma que há um déficit de habitações para consumidores com faixa salarial de até três salários mínimos. O modelo wood frame, neste caso, pode ser um modelo construtivo atrativo e economicamente viável.
O setor da Construção Civil é um dos principais segmentos industriais consumidores de madeira, de acordo com Paulo Pupo, vice-presidente da Fiep e superintendente executivo da Abimci. “Precisamos aumentar o consumo da madeira no país. O desafio é encontrar quais são as ferramentas para isso. Normatizando, certificando e regulamentando o modelo construtivo wood frame – para dar acesso ao mercado, conformidade e escala – vamos aumentar o consumo”, defende.
Também esteve presente na reunião, o superintendente da Fiep, Reinaldo Tockus.