Sesi promove igualdade e empoderamento da mulher

Plataforma elaborada em parceria com a ONU Mulheres apresenta dados sobre equidade de gênero

As mulheres conquistaram nos últimos anos muitas posições no mercado de trabalho e, embora as relações ainda não sejam de igualdade entre os gêneros feminino e masculino, a visão do papel da mulher está mudando.

Atento a essa realidade, o Sesi no Paraná conta com a plataforma Empoderamento das Mulheres – Trabalho e Valorização. A ferramenta, elaborada em parceria com a ONU Mulheres e lançada no final do ano passado, apresenta dados estatísticos e documentos de referência sobre equidade de gênero (dados selecionados de institutos como IBGE e IPEA, entre outros órgãos de pesquisa).

Além de disponibilizar espaço para a apresentação de boas práticas organizacionais voltadas para o alcance da igualdade entre homens e mulheres, a ação está alinhada às principais diretrizes de sustentabilidade e faz parte do projeto de implementação da Agenda 2030 – um plano de ações da ONU para as pessoas, o planeta e a prosperidade, visando a um mundo com desenvolvimento sustentável. Os indicadores que constam na plataforma contemplam seis temas com dados de abrangência nacional: demografia; trabalho; educação; saúde; violência; e serviços essenciais e moradia.

A plataforma permite conhecer a situação de todos os municípios brasileiros em relação aos principais indicadores desses temas e, ainda, realizar comparações entre municípios. Segundo a socióloga e gestora do projeto, Renata Thereza Fagundes Cunha, assessora de projetos estratégicos do Sesi no Paraná, essa é uma ferramenta valiosa para empresas, organizações e governos. “A plataforma permite o fácil acesso a dados que subsidiam programas e projetos, possibilitando análises e investimentos mais assertivos, já que traça um panorama das principais necessidades de determinada região em relação à equidade de gênero e raça”, explica.

O site engloba, também, o mapeamento de empresas signatárias do Pacto Global (ONU), do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça da Secretaria de Políticas para as Mulheres (Governo Federal) e dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres/Pacto Global) no Brasil.

Consultoria

Signatário desde 2009 do programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, coordenado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, o Sesi no Paraná também tem em seu quadro de serviços a Consultoria em Gestão da Diversidade, Equidade de Gênero e Raça, que assessora empresas na implantação de planos de ação, programas e projetos. “A Consultoria em Equidade de Gênero e Raça promove desde a reflexão e ampliação da compreensão sobre o tema até o planejamento, ajuste de procedimentos e monitoramento de indicadores que tornem a empresa mais equilibrada, equitativa e livre de discriminação,” informa Renata.

O empoderamento das mulheres amplia a autonomia, o poder, a liberdade de escolha sobre os recursos e decisões que afetam a vida das mulheres. É simultaneamente um processo e um resultado que visam a mais e melhores oportunidades, o exercício de direitos, conhecimentos, competências e potenciais, para participarem e contribuírem ativamente com o avanço em diferentes campos.

“A equidade de gênero é uma temática estratégica para os negócios e para o alcance do desenvolvimento sustentável. As empresas precisam ficar atentas ao assunto, pois o retorno impacta positivamente nos relacionamentos, nos negócios e em toda a sociedade”, frisa Renata. No Brasil, de acordo com o Observatório de Igualdade de Gênero do governo federal, os homens ainda recebem salários em média 30% maiores.

Bom exemplo

A Itaipu Binacional, já atendida pelo Sesi, também é modelo em ações deste tipo. “Posso dizer que a Itaipu é pioneira em institucionalizar um programa de equidade de gênero no plano estratégico da empresa”, ressalta a coordenadora do programa na Binacional, Maria Helena Guarezi. A ação é trabalhada pela companhia desde 2003 e a partir de 2006 passou a constar no plano estratégico. “Entendemos que não existe uma sociedade sustentável ou uma empresa equilibrada se não tiver equidade entre homens e mulheres.”

Uma política com sete diretrizes e plano para implementação foram aprovados pela empresa de forma binacional em 2011. As informações constam do site: http://relatoriosdinamicos.com.br/mulheres/

Princípios de Empoderamento das Mulheres

Os princípios são um conjunto de considerações que ajudam aos empresários a incorporar valores e práticas de equidade de gênero e empoderamento de mulheres em seus negócios. Esses princípios são sete:

  1. LIDERANÇA: Estabelecer uma liderança corporativa de alto nível para a igualdade entre gêneros.
  2. IGUALDADE DE OPORTUNIDADE, INCLUSÃO E NÃO DISCRIMINAÇÃO: Tratar todos os homens e mulheres de forma justa no trabalho – respeitar e apoiar os direitos humanos e a não discriminação.
  3. SAÚDE, SEGURANÇA E FIM DA VIOLÊNCIA: Assegurar a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e trabalhadoras.
  4. EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO: Promover a educação, a formação e o desenvolvimento profissional para as mulheres.
  5. DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL E PRÁTICAS DA CADEIA DE FORNECEDORES: Implementar o desenvolvimento empresarial e as práticas da cadeia de abastecimento e de marketing que empoderem as mulheres.
  6. LIDERANÇA COMUNITÁRIA E ENGAJAMENTO: Promover a igualdade através de iniciativas comunitárias e de defesa.
  7. ACOMPANHAMENTO, MEDIÇÃO E RESULTADO: Medir e publicar relatórios dos progressos para alcançar a igualdade entre gêneros.

Outra iniciativa

Entre as gradativas conquistas que vêm se somando em benefício das mulheres, algumas chamam a atenção. Já é realidade para mulheres de uma indústria multinacional de Curitiba, que têm filhos estudando no Centro de Educação Infantil Kinderhaus, uma parceria entre a Bosch e o Sesi no Paraná, que realiza toda a gestão educacional e nutricional do espaço.

O projeto, batizado de Crescer na Indústria, busca viabilizar a continuidade da vida profissional dos funcionários, sobretudo, das colaboradoras mães, uma vez que o déficit de vagas em educação infantil no Brasil passa de 1 milhão, segundo o IBGE. Ter um espaço para deixar o filho dentro da própria empresa, e ainda poder amamentá-lo, ou buscá-lo no fim do dia rapidamente, sem descolamento, soa como um sonho para várias mães.

“O projeto de ter educação infantil que beneficiasse os trabalhadores, principalmente as mulheres, era um sonho da Bosch. Porque percebe-se que, quando as mulheres viram mães, muitas acabam saindo do seu ambiente de trabalho, e não retornam para a empresa. Além de a creche vir ao encontro de uma necessidade da maternidade, ela amplia o gênero feminino dentro da fábrica e retém talentos”, explica José Antonio Fares, superintendente do Sesi no Paraná. Justamente por isso, as colaboradoras tiveram prioridade na seleção das vagas – depois que todas as mulheres com filhos na faixa etária foram atendidas, as vagas foram abertas para colaboradores homens, por meio de sorteio.

A intenção do Sesi é levar a metodologia implementada na Bosch para outras indústrias e empresas do estado que desejam ter uma creche interna. A empresa contratante é responsável pela infraestrutura física do local, enquanto o Sesi cuida de toda a gestão educacional, de profissionais e prestadores de serviço da creche. O pagamento da mensalidade por parte do trabalhador vai depender do arranjo de cada empresa – no caso da Bosch, 80% são subsidiados pela companhia e o trabalhador entra com uma coparticipação de 20% do valor.

De acordo com Fares, o projeto cumpre a missão institucional do Sesi. “Atendemos à indústria dentro da indústria, uma necessidade pontual no que se refere ao desenvolvimento social e a responsabilidade social, aproximando os trabalhadores e seus familiares da empresa. O Sesi está fazendo toda essa articulação para aumentar o vínculo entre o trabalhador e a indústria”, destaca.

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