
A Olimpíada do Conhecimento é a maior competição de Educação Profissional das Américas. O evento reúne alunos que fazem cursos técnicos em todo o país. A edição de 2016 foi realizada nesse mês de novembro, em Brasília, com mais de mil competidores de 26 estados do Brasil e aproximadamente 100 mil visitantes.
A delegação do Paraná foi composta por 48 competidores e 11 avaliadores e eles trouxeram de volta seis medalhas de ouro, três de prata e três de bronze.
Durante a Olimpíada, os alunos são avaliados de várias formas. Uma delas é pelo Sistema de Avaliação da Educação Profissional (Saep), que tem o objetivo de analisar as capacidades dos alunos formados pelo Senai e, a partir daí, implementar medidas para melhorar a gestão, a qualidade dos cursos oferecidos e o trabalho pedagógico da instituição.
Nos dias de competição foram realizadas avaliações práticas, pelo Saep, com 150 alunos brasileiros. Esses cursos foram os técnicos de Segurança do Trabalho, Edificações, Mecânica, Logística e Eletrotécnica, e os de qualificação de Padeiro, Costura e Operador de Computador.
Desde 2010 a avaliação era realizada com um teste online. Neste ano, pela primeira vez, o Senai analisou também as capacidades técnicas dos estudantes. Ou seja, na prática! Além disso, a avaliação teve duração de seis horas e foi feita individualmente.
Os alunos que foram para o torneio são os mais bem avaliados em cada curso técnico no teste online do Saep. O Paraná teve a participação de 15 estudantes em fase de conclusão, nos cinco cursos técnicos, sendo três de cada curso.
Milton Bittencourt, de 32 anos, que faz o Técnico em Edificações em Curitiba, foi para a Olimpíada do Conhecimento com uma grande expectativa: a de trazer a medalha de ouro! E conseguiu. “Eu queria fazer o melhor que eu podia para alcançar o primeiro lugar. Acredito no meu potencial e quis que minha dedicação superasse a de meus adversários”, disse o aluno que se forma no fim desse ano. Além de Milton, ganhou o ouro ainda o aluno do Técnico em Mecânica, Daniel Francisco Dallavale Júnior.
Também participaram da avaliação do Saep dez Pessoas com Deficiência (PcD) dos estados de Santa Catarina, Maranhão, Alagoas, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Pernambuco e Paraná. Giseli Silvestre Palodeti, também de 32 anos, que fez o curso de Qualificação Profissional em Costureiro no Senai de Maringá, recebeu ótima avaliação. Foi ouro por seu desempenho na confecção de uma camiseta polo e uma saia cargo. Seu desafio foi costurar essas peças em, respectivamente, 5 e 7 horas. Giseli conseguiu terminar o trabalho em tempo menor que o exigido e com perfeição. Surda, a aluna que admirava o trabalho de sua mãe costureira, atribui a vitória que alcançou a seu próprio esforço. “Eu estudava à noite e trabalhava de dia para realizar o sonho que tinha desde criança”. Outro sonho que pretende realizar é o de ser professora de costura no futuro. Para isso, fez ainda no Senai os cursos de Modelagem e Modelagem Informatizada.
Além de receber o apoio da família e dos ex-professores, Giseli teve ainda o apoio da empresa onde trabalha há 12 anos, a Recco Lingerie, estabelecida em Maringá desde 1979, com cerca de 700 funcionários e uma média de 120 mil peças produzidas mensalmente. A fábrica tem 24 lojas em diversos estados e mais de 2.500 pontos de venda em todo o Brasil. Para o presidente da Recco Lingerie, Antonio Recco, o ouro de Giseli demonstra de forma clara como grandes parcerias promovem as mudanças de que o mundo tanto precisa. “De um lado, nossa Giseli deixando claro que esforço, compromisso e excelência nunca ficarão esquecidos no meio da coletividade. De outro, as empresas que – dentre outras funções sociais – têm o dever de facilitar caminhos para que nossa nação evolua, por meio de uma sociedade mais capaz e com espírito de cidadania. E, para finalizar, o Senai, que com um capital intelectual de credibilidade, conquistou ao longo do tempo a confiança necessária para que esse tripé produza resultados que impactem outros a acreditar em uma coletividade interdependente”, conclui.