Mais de 1.400 participantes discutem o setor na sétima edição de Congresso Nacional Moveleiro da Fiep

Realizado nos últimos dias 14 e 15, programação reuniu empresários, profissionais do ramo e especialistas para repensar o formato e reinventar o mercado

Mais de 1.400 participantes se propuseram a separar dois dias para repensar a forma e reinventar o mercado moveleiro na sétima edição do Congresso Nacional Moveleiro. Realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) nos últimos dias 14 e 15 em Curitiba (PR), a programação reuniu empresários do setor, profissionais e especialistas em palestras, workshops e encontros de negócios sob o tema “repense a forma e reinvente o mercado” para falar sobre o atual momento da indústria moveleira mundial, brasileira e paranaense, inovação, tendências e consumo.

Discussões sobre inovação e ganho de competitividade, interação entre profissionais e fornecedores para enriquecer o atendimento ao consumidor final, indústria moveleira 4.0, mercados internacionais a serem explorados, soluções que impactam no mercado, tendências de consumo e outros temas permearam apresentações e painéis realizados no segundo dia do congresso. Elpídio Moreira Costa, sócio da NE Soluções Empresariais e Anpei, além de consultor do Sebrae. Em sua participação, o especialista apresentou ferramentas para otimizar a gestão de uma empresa, com soluções e métodos estruturados para a anulação de gargalos que resultam em gastos desnecessários.

Ao pensar sobre a relação entre profissionais e fornecedores para incrementar o atendimento ao cliente final, Luiz Carlos Pelizzer, diretor da loja Florense, avaliou que às vezes falta ao profissional que está diante do consumidor conhecimento sobre o que há disponível no mercado. “As informações mudam de maneira tão rápida fica difícil acompanhar todas as mudanças”, analisa. Para ele, o ideal é trabalhar em parceria com um fornecedor que conhece as características de cada produto.
Para retomar mercados que ficaram para trás, como o Chile, e ir a países ainda não explorados pelo setor nacional, como o Reino Unido, Marcos Lelis, consultor da Abimóvel, destacou alguns atributos fundamentais para que o produto brasileiro seja competitivo. Durabilidade é um deles. “Temos um conjunto de competidores internacionais que trabalha com muita quantidade mas não durabilidade”, reflete.

Na palestra “A inovação e o ganho da competitividade para o mercado”, Marcelo Prim, gerente executivo de tecnologia e inovação do Senai Nacional, apresentou o programa Brasil Mais Produtivo, idealizado pelo governo federal e executado pelo Senai, cujo objetivo é ser uma resposta ao problema da baixa produtividade da indústria nacional. Atualmente, os setores contemplados pelo projeto são moveleiro, alimentos e bebidas, metalomecânico, vestuário e calçados. Ao apresentar um case de sucesso do setor, o gerente contou a história de uma empresa que, ao participar do programa, conseguiu registrar aumento de 71,4% de produtividade.


O novo consumidor

O painel “Soluções que impactam no mobiliário”, a arquiteta e designer Katalin Stammer, que levou ao congresso uma casa conceito montada dentro de um container, apresentou a tendência de encolhimento dos ambientes residenciais, observada a partir dos anos 70. “[com o container] Quisemos trazer a experiência de morar em espaços pequenos, como uma ideia de repensar a forma de usar o ambiente”.

Hugo Costa Gripa, especialista em design de móveis da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), ressaltou as mudanças de comportamento e consumo que pautam o consumidor atual. Em sua análise, informou que o consumo do usuário atual é mais focado na experiência do que no produto. “Não estamos falando de varejo nem de consumismo, mas sim de uma escolha que o usuário faz para se comunicar com a sociedade em que ele vive”, informa. “E ele faz isso para se inserir ou se diferenciar da sociedade”.

Claudia Lens, designer do Senai Arapongas, acredita que o novo cenário da marcenaria, em um momento de crise não apenas no setor mas no País, exige mudança. É preciso agregar valor aos produtos. E isso se faz com inovação e criatividade. “O valor agregado para o cliente é ele receber o que imaginou da forma que imaginou, no tempo esperado por ele”.
Ao motivar empresários a pensar além do tradicional, Eduardo Tevah, diretor presidente da D&E Consultores Associados citou Tom Peters, um dos maiores palestrantes da atualidade: “torne-se distinto ou acabe extinto”. E ao lembrar uma conversa recente com economistas, trouxe um pouco de otimismo aos participantes. “Saibam de uma coisa: o pior já passou. A missão para 2016 é sobreviver; para 2017, viver; para 2018, desfrutar”.

Premiação

O segundo dia do congresso foi marcado também pela premiação da Oficina Pregos e Cavacos, parceria entre o Sesi PR e o Senai PR que levou os alunos das instituições a mergulhar na realidade do setor e produzir protótipos de mobiliários a partir do que foi ensinado no workshop. “O mais significativo foi que jurados, designers e donos de empresa disseram, de forma unânime, que comprariam os móveis expostos, porque os estudantes demonstraram qualificação para trazer para o mercado o conceito que estavam apresentando”, comemorou Nilson Violato, coordenador técnico do congresso.
Ao todo, foram dez conceitos selecionados. Os estudantes receberam certificados de participação na oficina. O primeiro lugar ficou com alunos do colégio Sesi Santo Antônio da Platina, com o projeto “Legomário”.

Ao encerrar a programação, Irineu Munhoz, coordenador do Conselho Setorial da Indústria Moveleira, deixou o convite para a oitava edição do Congresso Nacional Moveleiro, programado para os dias 20 e 21 de setembro do ano que vem. “Precisamos nos relacionar com objetivo de levar nosso setor adiante”, conclamou.

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