Palestrantes defendem educação no ambiente empresarial para combate à corrupção

No painel, participantes viram como importante a fiscalização nas empresas e vigilância nas condutas duvidosas

A educação dentro das empresas, desde o grande empresário até os colaboradores, foi um dos principais temas explorados por participantes do painel “A gestão organizacional em face da corrupção”, durante o 2° Fórum Transparência e Competitividade, realizado nesta quinta-feira (10), no Campus da Indústria, em Curitiba. O debate foi mediado pelo jornalista Willian Waak, da Rede Globo.

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Participaram do debate Paulo Stark, CEO da Siemens, André Oliveira, presidente da Rede Brasileira de Pacto Global e diretor jurídico, de impostos e de seguros do Grupo Basf para a América do Sul, Jafte Carneiro, diretor jurídico da Neodent, e Alex Mejía, gerente do Programa de Desenvolvimento Local do Instituto das Nações Unidas de Treinamento e Pesquisa (Unitar).

Após trazer um vídeo sobre a atuação da Rede Brasileira de Pacto Global sobre a importância de influenciar boas práticas e boas condutas nas empresas, Oliveira destacou que, mesmo com o cenário de incertezas diante da corrupção no Brasil, o país e o brasileiro são capazes de reverter esse quadro. “Esses desafios se apresentam a todos os interlocutores da sociedade”. Dentro desse quadro, segundo ele, é importante “interagir, capacitar, construir conteúdo” para sair da corrupção.

Em uma visão ampla, o CEO da Siemens, Paulo Stark, avaliou a importância de os membros das empresas se manterem alertas para possíveis desvios de conduta. “Uma corporação, independente do tamanho, tem que estar alerta porque, infelizmente, as pessoas acabam buscando o caminho mais fácil para se beneficiar. O sucesso dos profissionais é diretamente ligado ao sucesso das empresas. Os executivos acabam instrumentalizando as empresas para se beneficiar pessoalmente”.

Ações

Na opinião de Carneiro, há necessidade de o empresário identificar aquilo que é “maléfico” para o futuro da corporação, pois “isso pode refletir no futuro do empresário e da empresa”. Se alguma atitude duvidosa é, de alguma forma, vista como necessária para o andamento de um empreendimento ou de uma atividade da empresa, Carneiro acrescentou que o melhor é buscar outros caminhos para isso. “Ou você diz não (à corrupção) ou assume um risco”, defendeu.

Também se mostra importante, na opinião de Mejía, analisar a corrupção como um tema pessoal e não somente institucional ou político. “Para mim, corrupção é como um câncer. Não vai desaparecer porque temos muito diálogo. Não vai desaparecer porque vamos protestar nas ruas. Tem que desaparecer quando a pessoa recupera os valores de integridade. Começa pelas pessoas”, enfatizou.

Fiscalização

Durante o painel seguinte, “O sistema anticorrupção e a responsabilidade das empresas e gestores”, o professor da Universidade de São Paulo (USP), Modesto Carvalhosa, defendeu que uma das possibilidades de se combater a corrupção “seria no sentido de quebrar a interlocução direta entre os empresários e os agentes públicos”. Ele disse que o Brasil ainda vive um tipo de capitalismo que pode ser chamado de “capitalismo de padrinhos”, o que dificulta a quebra da interlocução entre agente público e empresário. Por isso, ele defendeu que se “estabeleça uma garantia do governo da entrega no prazo e com qualidade das obras definidas junto com as empreiteiras”, além da fiscalização do que está nos contratos.

Além de Carvahosa, participaram do painel o desembargador Edson Vidal, o presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), José Lúcio Glomb, e o presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Levi Ceregato.

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