Mesmo considerando a taxa de juros ainda muito alta, o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, parabenizou a equipe econômica do governo federal pela decisão de manter a Selic em 14,25%. A decisão foi tomada na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada na semana passada. É a quarta reunião consecutiva do Copom em que a decisão é pela manutenção da taxa em 14,25%. Mesmo assim, a Selic segue no maior patamar em quase dez anos.
“A taxa ainda está muito elevada e isso dificulta a atividade produtiva”, analisa Campagnolo. Para ele, “foi melhor a decisão de manter a Selic nos 14,25% do que elevar, mas obviamente o ideal seria que o governo promovesse um ajuste fiscal efetivo e pudesse baixar os juros”. Campagnolo lembra que há muito o setor produtivo está reclamando dos juros altos e disse não concordar com a tese de que é preciso elevar a taxa de juro para conter a inflação.
“Alguns analistas estão dizendo que a taxa estacionada em 14,25% faria subir a expectativa inflacionária, mas, na verdade, o que está fazendo subir a inflação são os preços controlados pelo próprio governo, como tarifas de energia elétrica e combustível”, disse, acrescentando que o setor produtivo não pode ser culpado por essa elevação simplesmente por repassar os aumentam que impactam no seu custo de produção.