Publicado pelo portal RIC Mais, em 17 de setembro de 2014
por Edson Campagnolo*

Nos últimos meses, tenho repetido exaustivamente que considero as eleições deste ano decisivas para o futuro do Brasil. Mais do que qualquer outro desde a redemocratização, o pleito de 5 de outubro será vital para indicar se o país está realmente disposto a enfrentar os desafios que se encontram a sua frente e quais rumos tomará nos próximos anos.
É fato que nas duas últimas décadas, especialmente pela estabilidade alcançada após o Plano Real, o Brasil avançou em diversas áreas. Mas para que o país se desenvolva na plenitude de seu enorme potencial, ainda precisa encontrar soluções para uma série de gargalos que, hoje, atrapalham seu crescimento econômico e social.
Os candidatos eleitos nestas eleições, tanto para cargos no Executivo quanto no Legislativo, precisam encarar com seriedade uma série de mudanças necessárias para corrigir graves distorções que comprometem a competitividade do setor produtivo e, em consequência, o próprio desenvolvimento social do país. Em esfera federal, o governo e o Congresso Nacional devem realizar uma verdadeira transformação em questões como as políticas Tributária e Fiscal, Trabalhista e Previdenciária. E, antes de tudo, uma ampla reformulação no sistema político brasileiro.
Precisamos de partidos e governos mais comprometidos com políticas de Estado de longo prazo do que com interesses pessoais ou eleitoreiros. O Brasil não comporta mais eleições a cada dois anos. Elas fazem com que, a cada biênio, praticamente toda a atividade parlamentar e governamental seja paralisada para que congressistas e governantes disputem sua reeleição ou se envolvam na campanha de aliados. Essa paralisia acaba comprometendo decisões sobre investimentos privados e não podemos mais conviver com tal situação.
Mas para que todas essas mudanças realmente ocorram é preciso eleger pessoas realmente comprometidas com as reformas e com o desenvolvimento do Brasil. O mesmo vale para o cenário estadual. Precisamos de um governo e legisladores que pensem no futuro do Paraná, com políticas e investimentos focados no longo prazo.
Para contribuir com esse movimento, a Fiep lançou duas iniciativas nestas eleições. A primeira foi a elaboração de um documento chamado “Propostas para Competitividade da Indústria Paranaense – Recomendações para Política Industrial”, que está sendo entregue aos candidatos. Construído com a colaboração de lideranças industriais de todas as regiões do Paraná, essa publicação apresenta as demandas prioritárias para a indústria paranaense.
Com o documento, a Fiep apresenta um amplo subsídio para a construção de uma política industrial de longo prazo, elemento fundamental para que este segmento continue tendo grande relevância econômica e social para o Paraná. Atualmente, o setor conta com mais de 52 mil estabelecimentos industriais em todo o Estado, que respondem por quase um terço do PIB paranaense, gerando mais de 851 mil empregos diretos.
A segunda iniciativa é uma ação conjunta de mais de 30 entidades representativas e de classe paranaenses: o projeto Vote Bem. Em um portal na internet – www.votebem.net.br – desenvolvido pela Transparência Brasil, estão disponíveis informações sobre todos os candidatos que concorrem nas eleições deste ano no Paraná. Com essa ferramenta, as entidades possibilitam que o eleitor decida seu voto de maneira mais criteriosa.
Dessa forma, esperamos ter nos governos e nas casas legislativas cada vez mais pessoas comprometidas com a coletividade, em detrimento dos interesses pessoais ou partidários que hoje, em geral, imperam em nosso ambiente político.
*Edson Campagnolo é presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná.