
Para inovar é preciso criar o espaço e mecanismos para que a inovação aconteça. E isso não acontece sem a curiosidade, criatividade e confiança, com uma coordenação no topo, e dentro de um processo de colaboração. Foi o que defendeu o consultor e professor de engenharia de software do Centro de Informática da UFPE, Sílvio Meira, na primeira palestra da Top Innovation, evento organizado pela Fiep em parceria com a UTFPR, que termina hoje (22/09).
Usando exemplos de invenções que trouxeram grandes mudanças para a humanidade, Meira mostrou várias definições e defendeu a necessidade e a criatividade como molas propulsoras dos grandes inovadores. Mas, pondera, isso se dá dentro de determinados contextos, porque nas estruturas que existem hoje é muito difícil inovar. Portanto, seguiu ele, para ser inovador é preciso criar espaços e ter tempo para isso. “A imensa maioria das equipes de inovadores fizeram suas descobertas no último minuto. É preciso criar um lugar como contexto e cenário e um conjunto de regras”, observou, citando o caso de um pernambucano que a partir de duas motos criou um novo veículo. “A necessidade definiu uma ideia que, com a habilidade do rapaz e a procura por materiais adequados, levou à criação de algo novo. É assim com o pernambucano, com o Google ou com a Renault”, exemplificou. “Quem procura ou cria espaço para inovar, inova mesmo”, completou.
Um resultado inovador, no entanto, nunca acontece puramente pela tecnologia. “É preciso colar tecnologia, cultura, criatividade e inovação. E então, estaremos falando de gerir indivíduos e suas habilidades; processos de aprendizagem; preparação para novidades e capacidade de resolver problemas”, explicou, argumentando que “boa parte da inovação envolve descobrir primeiro qual é o problema para só então criar mecanismos para comportamentos emergentes”.
Meira deu também sua definição de inovação no mercado – que é diferente da que se faz em universidades, por exemplo. “É a emissão de mais e melhores notas fiscais. Queremos mais nota, porque queremos vender mais. Melhores, porque o objetivo é aumentar a diferença entre custo e preço e notas fiscais, porque é preciso fazer tudo dentro das regras existentes. Inovar é criar valor para o cliente no mercado, isso acontece da combinação de demandas e performances. Cada vez mais se quer coisas mais complexas de serem feitas. Mas nós, como fornecedores, temos que oferecer coisas de uso mais simples, mesmo que mais complexas de serem feitas”, finalizou.
A Top Innovation segue até hoje (22/09) no Cietep, com Rodada de Negócios, Feira e palestras com o jornalista Marcelo Tas; workshop com João Itaqui, da Google; José Antonio Martins, da empresa Marcopolo e o Pipoqueiro Valdir.