A nova dinâmica da economia mundial ditada, principalmente, pela presença da China, os desafios e as oportunidades para as indústrias brasileiras se diferenciarem neste mercado e as medidas necessárias para garantir a competitividade das empresas foram os temas da reunião Rota Metal-Mecânica, que o Sistema Fiep promoveu quinta-feira (01), com empresários e lideranças deste setor no Paraná. O encontro, que teve a presença do presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, e do vice-presidente da Fiep, Carlos Walter, fez parte do processo de Articulação da Rota Estratégica de Metal-Mecânica, que é conduzido pelos Observatórios Sesi/Senai/IEL. Iniciado em 2009, o processo tem por objetivo aproximar as indústrias e parceiros para que se mobilizem proativamente frente ao futuro e tornem realidade as visões almejadas para o setor.
Na reunião de quinta-feira, foi feito uma retrospectiva das etapas desde o início do projeto e, através de diálogo com os empresários, sugeridas ações em prol da competitividade do setor. Ao abrir o encontro, o presidente Rodrigo Rocha Loures discorreu sobre o processo de profunda alteração prevista para a economia mundial, por conta do desenvolvimento tecnológico e do crescimento em competência industrial da China. “Esse desenvolvimento se dá em tal magnitude, que o jogo competitivo habitual não nos permitirá sobreviver como protagonistas”, afirmou ele.
Rocha Loures falou sobre oportunidades e caminhos que vêm sendo apontados em debates e encontros que ele tem participado. As áreas de alimento (agronegócio) e de minerais são as que o Brasil poderá ter mais vantagens comparativas nos próximos anos. “Essa é uma informação importante para o setor metal-mecânico direcionar seus esforços”, disse Rocha Loures.
A questão ambiental é outro fator a ser considerado. Está claro que a pretensão do governo brasileiro é fazer do País a primeira economia a migrar para a chamada economia verde (que envolve eficiência energética, redução da poluição, sem riscos ambientais, sem demanda sobre os recursos naturais, entre outros). “Isso seria uma grande oportunidade de diferencial para o Brasil, já que a China está na lógica da economia comercial”, disse Rocha Loures.
Outra área promissora é a da construção, particularmente a da habitação. “Isso é importante para o setor metal-mecânico, que tem forte relação com a construção”, disse Rocha Loures.
Competitividade – O desafio da elevação da competitividade da indústria paranaense foi o foco do diálogo com os empresários. Entre outras ações, foi proposto um trabalho de identificação e certificação dos produtos paranaenses de alta qualidade; fortalecer a articulação entre universidade e empresas, com o objetivo de buscar a inovação; articulação para uma maior interação entre as empresas do setor (para prospectar negócios e oportunidades) e ampliar o número de trabalhadores qualificados.
Mais promissores – O trabalho Rotas Estratégicas para a Metal-Mecânica é uma continuidade de dois outros projetos: o de identificação dos setores portadores de futuro e o de elaboração das rotas estratégicas para o desenvolvimento industrial paranaense. Ambos realizados com a coordenação do Observatório Sesi/Senai IEL, com a participação de empresários, de representantes da academia e outros segmentos.
“O passo seguinte, iniciado em 2009, foi articular o processo de articulação das rotas para o setor metal-mecânico”, explica Marília de Souza, coordenadora do Observatório. Desde então, são realizadas reuniões periódicas com empresas e organizações setoriais, em que são apresentadas as tecnologias-chave que precisam ser dominadas, bem como as ações lideradas pelo sistema Fiep com vistas a atender às demandas do setor.
Também se iniciou um trabalho de inteligência competitiva, que não só monitorara a indústria metal mecânica e analisa as informações relevantes, mas também projeta tendências e dá alerta de mudanças na dinâmica do setor. Essas análises são encaminhadas aos participantes por meio de um boletim mensal.
Diversas outras ações foram desenvolvidas, ou estão em andamento. Entre elas, o mapeamento da cadeia produtiva metal-mecânica, a divulgação de editais de financiamento, promoção de feiras de inovação voltadas para o setor, criação de cartilhas de procedimentos para adequação as leis ambientais, oferta de cursos em sustentabilidade com foco industrial, promoção de workshops de interação com temas de interesse do setor.