
Investimentos em infraestrutura, otimização de processos e formação de uma rede estruturante de gás natural no Paraná foram temas debatidos no painel “Mercado e Perspectivas no uso de gás”, realizado nesta quinta-feira (18), no Cietep, em Curitiba, durante o VI Congresso Internacional de Bioenergia. O tema foi apresentando pelo presidente da Companhia Paranaense de Gás (Compagás), Luciano Pizzatto.
Segundo ele, a falta de uma rede estruturante de transporte do gás, interligando cidades paranaenses, é um dos gargalos que dificulta a instalação de mais indústrias e, consequentemente, o desenvolvimento do Paraná. “Diversas indústrias necessitam de gás e deixam de se instalar em certas regiões do Paraná pela falta de infraestrutura”, disse Pizzatto.
As cidades de São José dos Pinhais, Curitiba, Araucária, Ponta Grossa, Bossa Nova e Campo Largo já possuem dutos estruturados para transporte do gás. Em outros municípios a distribuição ainda é realizada através de caminhões, na modalidade de gás comprimido (GNC).
O interesse da instalação de indústrias revela que existe um mercado em expansão, mas a estrutura, com construção de dutos para o transporte de gás, carece de altos investimentos e prejudica o desenvolvimento. “É preciso unir esforços de capacitação técnica e conhecimentos para soluções”, alertou Pizzatto.
O presidente da Compagas afirmou que também que o problema em relação ao transporte não é exclusivo do Paraná. “O Brasil carece de um sistema eficaz de transporte de gás. Se essa forma de energia é uma solução, então é preciso ter meios de distribuição e controle deste sistema”, disse. Segundo ele, a distribuição e construção de dutos ainda não possuem um planejamento eficaz. “É preciso que o Paraná e o Brasil acreditem mais no uso do gás natural para seu próprio desenvolvimento”, conta.
Dentro de quatro anos a Compagás espera realizar a distribuição do gás natural em pelo menos mais 30 municípios paranaenses. “Uma alternativa é a construção de dutos para distribuição local enquanto o transporte do gás é feito através de caminhões”, disse Pizzatto.
Os números revelam avanços positivos. Em 2005 a número de clientes atendidos pela empresa não passava de 2 mil. Em 2011 esse número alcançou 13 mil clientes e em 2024 a expectativa é que a Compagás atenda mais de 50 mil demandas.
O tratamento diferenciado de energias limpas também é uma necessidade para o futuro. Segundo Pizzatto estimular o uso de bioenergias e otimizar processos é fundamental. “Um modelo de energia não precisa destruir o outro. Quando se pensa em desenvolvimento, as formas de energia mais eficientes serão aquelas que terão sucesso futuramente”, finalizou.