
O diretor regional brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, participou na quarta-feira (17), do VI Congresso Internacional de Bioenergia. Ele apresentou os investimentos do PAC 1 e PAC 2 na área da energia. A primeira edição do Programa de Aceleração do Crescimento destinou R$ 504 bilhões distribuídos em logística, infraestrutura e infraestrutura social. “Mais de 50% dos recursos estão sendo investidos no setor de energia, com a construção e ampliação de usinas”, disse Samek. Já o PAC 2 terá, até 2014, mais R$ 116 bilhões para a geração de fonte hídrica e outros R$ 37,4 bilhões em linhas de transmissão.
Segundo Samek, hoje, 98% do território brasileiro está integrado, com mais de 100 mil km de transmissão. “Se tivéssemos este sistema interligado em 2001, não teríamos tido o racionamento, pois no sul estava sobrando energia. Hoje, a energia é distribuída de acordo com a demanda”, disse
A integração da matriz energética não é uma realidade apenas brasileira. Em países europeus e na América Latina existem linhas de integração para a troca de energias, como, por exemplo a hidrelétrica de Itaipu, que atende o Brasil e o Paraguai, e o gasoduto Brasil-Bolívia. “Com isso, nossa capacidade de produzir energia se avoluma”.
Segundo Samek, o Brasil possui 12% da água doce superficial do planeta, sendo que 70% está na região norte. “Apesar de possuir água em abundância, o consumo per capita brasileiro é bem baixo. O planeta não suportaria se todos seguissem o modelo atual de consumo no mundo”, disse, destacando que o Brasil tem quase a metade de todas as energias que consome de forma renovável. “No mundo, esse percentual é de 13%”.
Em relação ao consumo de energia elétrica no mundo, a grande fonte de energia ainda é o petróleo, com 37,9%. A energia hidráulica representa 15%. “No Brasil, mais de 84% da oferta de energia elétrica vem da hidroeletricidade”, disse Samek.
Boa parte do aproveitamento hidrelétrico está na bacia amazônica, que possui um potencial avaliado de 77.058 MW, distribuído em 13 sub-bacias, sendo que 90% do potencial está com as sub-bacias de Tapajós, Xingu, Madeira e Tocantins.
O evento, que acontece até sexta-feira (19), na sede da Fiep do Jardim Botânico, em Curitiba, é promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Senai Paraná e a Remade, sob a coordenação técnica da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O Congresso reúne empresários, técnicos, pesquisadores e profissionais de diversas áreas para debater temas importantes em todo o mundo, como biodiesel, energia renovável, resíduos vegetais, carbono e legislação ambiental.