A segunda geração do ETANOL

Novas tecnologias para a produção de biocombustíveis foram apresentadas pelo assessor da ÚNICA durante o 6º Congresso Internacional de Bioenergia

O 6º Congresso Internacional de Bioenergia, que acontece entre os dias 16 e 19 de agosto no Cietep, em Curitiba, apresentou na manhã desta quarta-feira (17) o painel “Etanol – Pesquisa e Desenvolvimento no Setor Sucro Alcooleiro”, com a presença do assessor de tecnologia da União da Indústria da Cana e Açúcar (ÚNICA), Alfred Szwarc, que traçou um panorama da produção de etanol e açúcar no Brasil, além de apresentar os setores de pesquisa e as novas tecnologias desenvolvidas, que nos próximos anos irão contribuir com a melhoria e a criação de novos produtos tendo como base a cana de açúcar.

Segundo Alfred, o setor sucro alcooleiro sofreu com a “marolinha” da crise econômica de 2008, principalmente com a escassez de financiamentos. “Isso fez com que o setor não acompanhasse a demanda e com isso os preços não puderam atender as expectativas dos consumidores do Etanol combustível”. Apesar disso, disse o assessor da ÚNICA, “entre 2005 e 2009, o setor recebeu cerca de R$ 20 bilhões em investimentos para Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) de novas tecnologias”.

Os investimentos desse período e a aceleração mais recente no campo de P&D&I trouxeram avanços na busca de energia limpa, produtos e combustíveis com menor impacto ambiental. Nesse portfólio, três novos produtos já estão em fase avançada de desenvolvimento: o Diesel de cana, que reduz até 10% o impacto ambiental e já é utilizado em forma de pesquisa piloto em pequenas frotas de ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro; o Biobutanol, um combustível intermediário entre o Etanol e a gasolina. “Este ainda deve levar mais 2 ou 3 anos para entrar no mercado”; e o Etanol de 2ª geração, que é produzido com novas tecnologias. “Nos moldes atuais, 1 hectare de cana pode gerar sete mil litros de Etanol usando apenas o caldo e o melaço. A segunda geração, com novas tecnologias que aproveitam também a bagaça e a palha, 1 hectare pode produzir até 12,5 mil litros de Etanol”, afirma Alfred.

Além da produção de combustível, as pesquisas no setor também evoluíram na geração de novos produtos, como o Bioplástico. Apesar disso, a maior parte do Etanol produzido é para combustível. Atualmente, 55% da cana plantada no Brasil é destinada a produção do Etanol e 45% para a produção de açúcar.

Uso industrial – O uso de biocombustíveis na indústria ainda está concentrado em caldeiras de pequenas plantas ou em hospitais e hotéis. De acordo com Alfred, por questões econômicas, as empresas dividem o uso entre o GLP e o Etanol. “com esses avanços, algumas empresas já estão produzindo o etileno a base de Etanol. É o caso da Braskem. Até 2020, boa parte dessas novas tecnologias estarão disponíveis em forma de produtos para o consumidor”, finaliza.

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