
Os Observatórios SESI, SENAI e IEL realizam nesta quarta-feira (17) e quinta-feira (18) a “II Rodada de Negócios Tecnológica – Universidade x Empresa”, nesta edição as ofertas e demandas que colocam frente a frente empresas e universidades ou centros de pesquisas estão concentradas no tema Bioenergia. Com a proposta de um formato inovador, durante os dois dias, trinta empresas terão a oportunidade de conhecer os estudos de 105 pesquisadores de todo o Brasil. Já no primeiro dia, diversas parcerias foram viabilizadas. A Rodada acontece paralelamente a programação do 6º Congresso Internacional de Bioenergia, que acontece no Cietep até esta quinta-feira (18).
Para o pesquisador do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Anderson Sakuma, a Rodada de Negócios no formato proposto pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio dos Observatórios SESI, SENAI e IEL, quebrou um paradigma em que os pesquisadores, normalmente, ficam estacionados em suas bases, longe das empresas onde o resultado dos estudos deveria ser aplicado. “O pesquisador ainda é visto como uma pessoa apenas teórica. E não dá mais para pesquisar e não aplicar. A sociedade precisa da aplicação prática para se desenvolver. Por isso é importante aproximar a indústria da academia”, ressalta.
Do outro lado, o setor produtivo está cada vez mais ciente de que precisa inovar para crescer de forma sustentável. Segundo o diretor da empresa espanhola Abengoa Bioenergia, André Válio, a atuação no Brasil está diretamente ligada a busca de energias renováveis, e esse encontro com pesquisadores otimiza essa busca. “Nós participamos, hoje, de seis rodadas e muitos dos estudos apresentados nos pareceram viáveis e com grande possibilidade de implantação pela empresa. A Fiep está de parabéns pela iniciativa”.
Rodada rompe a barreira invisível entre a pesquisa e a indústria
A primeira edição da Rodada de Negócios, promovida pelos Observatórios do Sistema Fiep aconteceu em 2010 com foco no setor de alimentos. Na ocasião, os especialistas da Fiep ficaram impressionados com a afinidade demonstrada a cada conversa entre os pesquisadores e os representantes das empresas.
Este ano, para o tema Bioenergia, a Rodada de Negócios cresceu em número de participantes e os primeiros resultados, mais uma vez, surpreenderam os organizadores. “Percebemos que, tanto empresários quanto pesquisadores chegaram aqui com muitas dúvidas em relação a esta aproximação, mas em poucos minutos de conversas eles descobriram o quão importante esse encontro pode ser para o desenvolvimento de seus negócios e, também, para a evolução das pesquisas”, destaca especialista dos Observatórios, Ariane Hinça.
Para o superintendente de energias renováveis da Copel, Francisco Alves de Oliveira, esta iniciativa da Fiep deve ser aprendida por todos e replicada em outras áreas do setor produtivo. “Essa é, sem dúvidas, uma oportunidade única para o empresário ficar por dentro do que os centros de pesquisas estão desenvolvendo. É A forma mais rápida e barata de inovar. Todas as ideias apresentadas aqui são inovadoras e têm grande potencial de aplicação”, reforça.
Este cenário também foi percebido pela gerente de negócios estratégicos, Janete Tomelin, da empresa Bicarbras, integrante do Grupo Hübner. “Um dos focos da nossa empresa é a área de gaseificação de madeira para solução em bioenergia, e aqui descobrimos que já existem pesquisas avançadas neste segmento”. Janete ainda chama a atenção para um outro problema enfrentado pelos empresários: “muitas vezes nós importamos tecnologia que já existe no Brasil por falta de conhecimento e divulgação das pesquisas realizadas aqui”.
Outro destaque desta edição foi o grande número de pedidos por parte de pesquisadores e empresários para que a Fiep continue acompanhando as parcerias viabilizadas na Rodada depois que o evento acabar. “Eles perceberam que a Federação tem equipes de especialistas em diversas áreas e que podem ajudar em outras frentes além de P&D&I. Uma das áreas mais cobiçadas é a de recursos para a inovação, em que o Centro Internacional de Inovação (C2i) da Fiep auxilia o setor produtivo na preparação, captação e aplicação de recursos públicos e privados para as empresas inovarem”, finaliza Ariane.