Senai apresenta primeiro estudo Pegada Ecológica do Paraná

Curitiba foi o foco do primeiro trabalho usando a metodologia que avalia o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente

O Senai-PR apresentou  o resultado do primeiro estudo feito no Paraná usando a metodologia Pegada Ecológica, que mede o impacto das atividades de uma cidade, ou de empresa e até mesmo de uma pessoa sobre o meio ambiente. O primeiro trabalho mediu a Pegada Ecológica de Curitiba e foi realizado pelo Senai e o Sesi-PR, em parceria com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, com a orientação da Global Footprint Network, Organização Não-Governamental norte-americana que criou e detém a metodologia e mede a Pegada Ecológica de mais de 150 países.

“O Senai atua na área de meio ambiente já há muitos anos e a iniciativa de trazer essa metodologia faz parte da estratégia da entidade de dar apoio às indústrias e à sociedade nas suas iniciativas voltadas à sustentabilidade”, explicou o diretor de Operações da entidade, Marco Secco, no encontro em que foram apresentados os resultados do estudo de Curitiba, realizado na última semana, na Universidade Livre do Meio Ambiente (Unilivre).

“O estudo da pegada ecológica da capital pode ser considerado um piloto. O foco da entidade é usar a metodologia para ajudar as indústrias a identificarem sua pegada ecológica e, através de mecanismos de desenvolvimento limpo, implantarem medidas que reduzam o impacto de suas atividades sobre o meio ambiente, como a mudança de matriz energética, o que contribuirá para a redução do efeito estufa”, explicou Marco Secco. A metodologia Pegada Ecológica passa a ser, agora, mais um serviço ofertado pelo Senai Empresas.  

Segundo Elcio Herbst, do Senai-PR, que coordenou o projeto de Curitiba, o estudo é uma ferramenta para orientar ações na área ambiental e, também, para educar e conscientizar a população sobre a consequencia do estilo de vida para o planeta e para as gerações futuras. “O estudo permite determinar o grau da ação humana sobre os ecossistemas e, também, avaliar a capacidade ecológica necessária para sustentar o consumo, a produção e o estilo de vida da sociedade”, disse ele.

Alimentos e transporte – No caso de Curitiba, o estudo mostrou que consumo de alimentos, em especial de carnes; o estilo de vida relacionado à compra e consumo de bens, e os transportes – individual e público, são os fatores que mais pesam impactam sobre o meio ambiente. Essas atividades exigem pastagens, terras cultiváveis, florestas para produção de madeira e combustíveis, terrenos para construção e infraestrutura, áreas para seqüestro de emissões de dióxido de carbono.

A medida usada pela metodologia é a hectares globais (gha). O estudo mostrou que a pegada ecológica média per capita de Curitiba é de 3,4 gha. “É uma pegada considerada baixa, em relação a cidades do mesmo porte”, disse Herbst. Ele lembrou que a capital do Paraná já possui ações que reduzem sua pegada, como a existência de uma rede inovadora de transporte público, que ajuda a reduzir o transporte individual, e a manutenção de áreas verdes.

A Pegada Ecológica média per capita de Curitiba é 40% superior à média brasileira.  Segundo Elcio Herbst, a diferença entre Curitiba e a média brasileira pode ser atribuída a uma série de fatores, principalmente o elevado nível de bem-estar e demanda econômica das famílias.

O resultado de Curitiba é bem próximo ao de Campo Grande (3,14 gha) e bem inferior à pegada ecológica de outras cidades do mundo, como Sonoma (Califórnia) com 9,02 gha; Victoria (Austrália), com 8,01 gha; e Ontário (Canadá), cuja pegada é de 8,4 gha.  A capital paranaense tem a pegada ecológica também menor que a da cidade portuguesa de Cascais (5,2 gha) e a da italiana Milão (4,15). A pegada média da União Européia é de 4,7gha. 

 

 

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