Estudo mostra a “Pegada Ecológica” de Curitiba

O impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente foi medido por trabalho realizado pelo Senai Paraná. O resultado foi apresentado terça-feira, em encontro na Unilivre

O consumo de alimentos, em especial de carnes; o estilo de vida relacionado à compra e consumo de bens, e os transportes – individual e público, são os fatores que mais pesam na pegada ecológica de Curitiba. Ou seja, os que mais impactam sobre o meio ambiente, pois exigem pastagens, terras cultiváveis, florestas para produção de madeira e combustíveis, terrenos para construção e infraestrutura, áreas para seqüestro de emissões de dióxido de carbono.

A marca que as atividades humanas desenvolvidas na capital imprimem sobre o meio ambiente foi dimensionada pelo estudo Pegada Ecológica, realizado pelo Senai e o Sesi Paraná, em parceria com a prefeitura de Curitiba. É o primeiro estudo com esta metodologia feito no Paraná e um dos primeiros do Brasil.

Os resultados foram apresentados terça-feira (7), na Universidade Livre do Meio Ambiente. O encontro teve a presença do superintendente da Unilivre, Ramiro Wahrhaftig e do diretor de Operações do Senai-PR, Marco Secco.

O trabalho de Curitiba foi desenvolvido sob orientação da Global Footprint Network, Organização Não-Governamental norte-americana que criou e detém a metodologia e mede a Pegada Ecológica de mais de 150 países.

Esse primeiro trabalho mostrou a pegada ecológica de Curitiba, mas segundo Marco Secco, é possível avaliar o impacto de outras cidades, organizações e até das pessoas.

“O foco do Senai é ajudar as empresas a identificarem sua pegada e, através de mecanismos de desenvolvimento limpo, implantar medidas, como a mudança de matriz energética, o que contribuirá para a redução do efeito estufa”, explicou o diretor da entidade. A metodologia Pegada Ecológica passa a ser, agora, mais um serviço ofertado pelo Senai Empresas.

Elcio Herbst, que coordenou o projeto de Curitiba, o estudo é uma ferramenta para orientar ações na área ambiental e, também, para educar e conscientizar a população sobre a consequencia do estilo de vida para o planeta e para as gerações futuras. “O estudo permite determinar o grau da ação humana sobre os ecossistemas e, também, avaliar a capacidade ecológica necessária para sustentar o consumo, a produção e o estilo de vida da sociedade”, disse ele.

“O trabalho inicial foi mostrar a pegada ecológica de Curitiba, mas é possível avaliar o impacto de outras cidades, organizações e até das pessoas”, afirmou o diretor de Operações do Senai-PR, Marco Secco.

“Nosso foco é ajudar as empresas a identificarem sua pegada e, através de mecanismos de desenvolvimento limpo, implantar medidas, como a mudança de matriz energética, o que contribuirá para a redução do efeito estufa”, explicou ele. O estudo Pegada Ecológica passa a ser, agora, mais um serviço ofertado pelo Senai Empresas.

Marco Secco lembrou que trabalhar com a perspectiva ambiental é fundamental, pois o mundo vive a década da sustentabilidade. “Toda iniciativa do Sistema Fiep neste sentido é bem vinda”, afirmou..

O Senai-PR tem forte atuação  na área ambiental. Na década de 80, a entidade criou a primeira escola técnica de saneamento do Brasil, que nos anos 90 se transformou num centro nacional de tecnologia, saneamento e meio ambiente.

O Senai Empresas oferta às indústrias o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e, além disso, a entidade presta consultorias para inventariar, mitigar e neutralizar as emissões  de Gases de Efeito Estufa, dentre outros serviços na esfera ambiental.

Dois planetas – A metodologia pegada ecológica utiliza a medida “hectares globais” (gha) para medir o impacto humano sobre os recursos naturais e situar os níveis de consumo dentro dos limites ecológicos da Terra.

A Pegada Ecológica média per capita de Curitiba 3,4 gha – 40% superior à média brasileira.

Segundo Elcio Herbst, a diferença entre a pegada ecológica de Curitiba e a média brasileira pode ser atribuída a uma série de fatores, principalmente o elevado nível de bem-estar e demanda econômica das famílias. Se o mundo vivesse de acordo com o estilo de vida dos curitibanos, seria necessária a capacidade bioprodutiva de dois planetas para sustentar o consumo humano.

De acordo com os relatórios de 2009 de todos os países,  a pegada ecológica global em 2006 era de 17,1 bilhões de hectares globais (ou aproximadamente 2,6 hectares globais por pessoa.

Em média, os brasileiros se classificam logo abaixo da média de todas as populações globais em termos de demanda de recursos do planeta.  Em 2006, a média de pegada ecológica no Brasil foi de 2,4 hectares globais por pessoa.  A Pegada ecológica do Brasil é semelhante de Cuba e da Venezuela (que têm níveis econômicos muito semelhantes ao Brasil), entretanto é consideravelmente maior do que a maioria dos países africanos. A combinação da biocapacidade disponível para todos os residentes brasileiros é a mais alta do mundo, chegando a 1,7 bilhão gha (8.9 gha por pessoa).

Sistema Fiep - Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná
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