
A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) promoveu nesta quinta-feira (28), mais um Fórum Setorial. Desta vez foram os representantes da indústria da Borracha que se reuniram com a coordenação de desenvolvimento da Fiep para elaborar a agenda de demandas do setor. O encontro contou com a presença dos vice-presidentes da Fiep, Edson Campagnolo e Rommel Barion, do presidente do Sindicato das Indústrias das Indústrias de Artefatos de Borracha do Paraná (Sindibor), Antonio Claudio Vieira, além de representantes de empresas recicladoras de pneus com sede em diversas regiões do Estado.
Para o presidente do Sindibor, Claudio Vieira, o setor não acompanha o crescimento econômico mundial e a culpa está, principalmente, na alta carga tributária e na falta de mão de obra. “As altas taxas de juros somada à elevada carga tributária brasileira e a desvalorização cambial favorecem a entrada de produtos importados no mercado brasileiro que conseguem vender mais barato”, afirma Vieira, que reforça a importância de gestionar junto ao governo medidas mais favoráveis aos empresários nacionais.
A avaliação do representante do setor produtivo da borracha vai de encontro ao trabalho desenvolvido pela Fiep por meio do Conselho de Assuntos Tributários, coordenado pelo vice-presidente da Federação, Edson Campagnolo. “Não há um setor de produtos manufaturados que não sofra hoje com a alta carga tributária. Nós vamos abrir um canal de diálogo com a bancada federal para cobrar intensamente as demandas de cada setor”, declarou Campagnolo que aproveitou o Fórum para convidar um representante do setor da borracha para compor o conselho.
Solução – Uma das soluções propostas durante o Fórum foi a isenção de impostos, uma vez que o setor é composto, principalmente, por empresas de recuperação de pneus. “A indústria da borracha é vista erroneamente como poluidora, quando na verdade tem um papel contrário que é o de evitar o descarte ou a queima de pneus velhos com a recuperação por meio da criogenia, um processo que transforma o pneu usado em matéria-prima para fabricação de novos produtos”, destaca Vieira.
O Brasil, segundo Vieira, é o segundo maior mercado de recuperação de pneus do mundo. Atrás apenas dos Estados Unidos. “O maior vilão desse mercado é o produto importado provindo de países como China, Índia, Indonésia. São produtos novos, porém, de qualidade bastante inferior e durabilidade menor. Mas a facilidade de importação desses produtos atrai os consumidores. É preciso boa vontade política para criar um pacote de medidas que aumentem a competitividade da indústria brasileira”, reforça.
Falta de mão de obra também afeta o setor – Outro entrave apontado pelos representantes das indústrias de artefatos da borracha também coincide com os demais setores produtivos: a falta de mão de obra capacitada para atender o setor. O Paraná tem cerca de 250 empresas de artefatos de borracha, que emprega cerca de 4,8 mil trabalhadores. “A falta de mão de obra é um problema de todo o setor produtivo brasileiro. No caso da borracha, boa parte da força de trabalho migrou para a construção civil que vive um momento mais favorável. Isso agravou o problema”, ressalta Vieira.
Outras iniciativas – O vice-presidente da Fiep, Rommel Barion, ressaltou durante o Fórum, a importância de iniciativas da Federação, por meio do Senai e do Sesi que podem colaborar com a preparação de mão de obra para o setor. “Temos programado para o próximo semestre cursos de educação a distância e in company para a formação de profissionais para o setor, além de já disponibilizar o Programa de Gestão Avançada (PGA) para a capacitação de gestores do setor por meio da Universidade da Indústria (Unindus)”, finaliza.
Até o início de junho deste ano serão realizados 20 Fóruns Setoriais com o objetivo de elaborar a agenda de cada setor, que será apresentada e discutida com representantes de todos os sindicatos, e também dos governos municipais, estadual e federal, a fim de aumentar o poder competitivo do setor produtivo do Estado. O próximo encontro será no dia 02 de maio e irá reunir os representantes da indústria de mineração.