Representantes das indústrias de bebidas se reúnem na Fiep

Fórum Setorial aponta carga tributária e falta de mão de obra como principais gargalos do setor

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) promoveu nesta terça-feira (19), mais um Fórum Setorial. Desta vez foram os representantes das indústrias de bebidas que se reuniram com a coordenação de desenvolvimento da Fiep para elaborar a agenda do setor que será discutida durante o Congresso da Indústria, em junho deste ano. O encontro contou com a presença do presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, do presidente do Sindicato das Indústrias de Bebidas (Sindibebidas), Nilo Cini Junior, além de representantes de empresas de bebidas com sede em diversas regiões do Estado. Participaram também gestores da Diretoria de Relações com Sindicatos e da Diretoria de Desenvolvimento e Negócios da Fiep.

O segmento teve a primeira grande mudança nesta segunda etapa dos Fóruns Setoriais promovidos pela Fiep, que tiveram início em 2009. Este ano, o setor de bebida fará encontros separados do setor de alimentos. De acordo com o presidente do Sindibebidas-Pr, Nilo Cini Junior, esta foi uma medida importante, pois o setor tem uma estrutura de atuação própria e que se difere do segmento de alimentos. “O setor de bebidas tem suas variantes, principalmente, na legislação. E também tem seus próprios gargalos. É mais produtivo discutir as demandas do setor de forma isolada e com representantes diretamente ligados à produção e distribuição de bebidas”, destaca.

Mão de obra e carga tributária são os principais gargalos

Ponto comum entre os representantes do setor de bebidas, a carga tributária aparece como maior vilão dos empresários. “A questão tributária não é um problema apenas do setor de bebidas. Mas no nosso caso, devido à grande concorrência desse mercado, tem sido impossível repassar estes custos aos produtos”, explica Cini.

Para o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, a questão tributária deve ser discutida exaustivamente e em todas as esferas, com foco na administração pública, no empresariado e também na conscientização da sociedade. “Nós temos promovido campanhas que envolvem todos os setores da sociedade para discutir as altas cargas tributárias sob diferentes óticas. Uma delas é a iniciativa da cartilha Sombra do Imposto, distribuída recentemente com o objetivo de conscientizar a sociedade para a quantidade de impostos pagos sobre os produtos e serviços consumidos. Apenas com a educação de todos é que atingiremos o objetivo comum”, reforça Loures.

Outro entrave apontado pelos representantes das indústrias de bebidas é a falta de mão de obra capacitada para atender o crescimento do setor. O Paraná tem 116 indústrias de bebidas que empregam cerca de 5,5 mil trabalhadores. De acordo com o gerente regional de Gente e Gestão da fabricante de cervejas e refrigerantes AmBev, Juvenal Fonseca, o governo brasileiro atuou fortemente para diminuir o índice de desemprego no país com medidas que fortaleceram a economia, mas pecou na capacitação de profissionais para suprir esse aquecimento. “Uma saída para suprir a falta de mão de obra pode estar na inclusão social com a contratação de portadores de deficiência. Isso poderia resolver dois problemas sociais. Mas para isso é preciso capacitar essas pessoas de forma técnica e psicológica”, ressalta.

Outras iniciativas – O presidente da Fiep ressaltou, durante o Fórum Setorial de Bebidas, a importância de outras iniciativas que podem ajudar a aumentar a competitividade do setor. “Além desses fóruns de discussão onde são levantados os gargalos de cada setor, esses encontros também servem para os empresários se atualizarem quanto as iniciativas da Fiep. Como os serviços ofertados pelo Centro Internacional de Inovação (C2i) que auxilia as empresas a fazerem da inovação uma ferramenta de competitividade, e também serviços do Sesi e de capacitação do Senai”, finaliza Loures.

Até o início de junho deste ano serão realizados 20 Fóruns Setoriais com o objetivo de elaborar a agenda de cada setor, que será apresentada e discutida com representantes de todos os sindicatos, e também dos governos municipais, estadual e federal, a fim de aumentar o poder competitivo do setor produtivo do Estado. O próximo encontro será no dia 28 de abril e irá reunir os representantes da indústria da borracha.

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