Fiep realiza fórum setorial da indústria audiovisual

Segunda etapa do programa iniciado em 2009 reúne empresários e sindicato para discutir gargalos do setor e apontar soluções

Abrindo a programação das atividades dos Fóruns Setoriais de 2011, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) realizou nesta segunda-feira (18) a reunião do Fórum Setorial da Indústria Audiovisual. A iniciativa tem como objetivo discutir as oportunidades, identificar gargalos e propor soluções para os problemas dos diversos setores da indústria do Paraná.
Esta é a segunda etapa deste processo, que teve início em 2009, quando representantes da indústria audiovisual reuniram-se com a federação para apresentar as principais demandas do setor e encaminhá-las às esferas competentes, seja a própria Fiep, o poder público ou os sindicatos e associações empresariais competentes.
O evento desta segunda-feira contou com a participação do presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual do Paraná (Siapar), Rodrigo Martins, além de representantes de 21 empresas, que apresentaram novas perspectivas do setor e tomaram conhecimento da evolução dos trabalhos da Fiep na solução das demandas trazidas anteriormente.
Um dos principais pleitos da indústria audiovisual paranaense apontado em 2009 foi a necessidade de fortalecer a capacidade produtiva do Estado através de uma identidade, que foi denominada “marca Paraná” de cinema e vídeo. Esta demanda origina-se da nítida vantagem de que gozam as empresas localizadas no eixo Rio – São Paulo tanto no que se refere à prestação de serviços na área da publicidade, quanto na captação de recursos para produções cinematográficas (através dos diversos mecanismos de incentivo público), os dois principais nichos de mercado deste setor.
Para enfrentar esta questão, a Fiep promoveu a articulação das empresas do segmento audiovisual em torno da criação de um Centro de Animação, no modelo dos arranjos produtivos locais da federação, que têm como objetivo estabelecer a cooperação entre os vários atores econômicos de uma mesma cadeia no enfrentamento de dificuldades comuns. Neste sentido, também foram reunidos os sindicatos das indústrias audiovisuais dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul em um encontro realizado em junho de 2010, no Paraná.
Uma das propostas originadas deste encontro foi a criação de um Fundo Setorial para a região Sul, que teria como objetivo alavancar o crescimento do setor audiovisual, facilitando a captação de recursos para investimentos nesta área. A proposta já foi levada ao Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), que deverá ser um importante parceiro nesta iniciativa.
De acordo com o diretor da Fiep e diretor da produtora Tecnokena, Paulo Munhoz, além das ações em andamento, a Fiep possui ferramentas metodológicas e de gestão que podem auxiliar ainda mais na estruturação do setor audiovisual no Estado. “Hoje temos maturidade para aproveitar melhor as oportunidades que a federação nos oferece.”, afirmou.
Neste contexto, o presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures colocou a expertise da federação à disposição dos empresários. “Podem contar com a Fiep”. Declarou ele, referindo-se à rede de Observatórios do Sistema Fiep, que poderá ajudar o setor a prospectar novas oportunidades de negócios, e a interlocução da federação com o governo do Estado para auxiliar os empresários a encaminharem suas demandas ao poder público, uma das grandes dificuldades do setor atualmente.
Segundo o presidente do Siapar, a maior parte das ações propostas em 2009 que dizem respeito à esfera de atuação da Fiep foram executadas e outras estão em andamento. Já no que se refere ações de pertinência do poder público, ainda é preciso avançar mais.
Gargalo estatal – Os empresários do setor audiovisual foram unânimes em apontar a necessidade de trazer o governo estadual para a mesa de discussões. “Estamos há oito anos sem diálogo com o governo.”, apontou Paulo Munhoz. A seu ver, o momento de mudança de governo traz novas oportunidades para o mercado audiovisual, como a possibilidade de uma Lei de incentivo à cultura estadual e a nova gestão da TV Educativa do Paraná. “É um momento oportuno.”, avalia.
Outra reclamação dos presentes referiu-se às ações da Agência Nacional do Cinema (Ancine), que segundo eles estaria burocratizando as atividades do setor, principalmente no que se refere à distribuição. Enquanto distribuidoras estrangeiras atuariam de maneira desimpedida no mercado brasileiro, as produções nacionais estariam sendo prejudicadas por uma série de imposições.

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