Fiep considera positivo resultado de negociação do piso regional

Federação elogiou a abertura de diálogo e deu voto de confiança ao governo do Estado ao aceitar reajuste de 6,9%, superior ao defendido pelas entidades empresariais

A Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) classificou como positiva a definição em conjunto do índice de reajuste para o salário mínimo estadual em 2011. Em reunião realizada nesta terça-feira (22), na Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego, em Curitiba, representantes de entidades empresariais, de centrais sindicais de trabalhadores e do governo do Paraná chegaram ao consenso de que o aumento será de 6,9%, índice similar ao aplicado no mínimo nacional.

Durante a reunião, as federações empresariais reiteraram a posição de que o reajuste deveria ser de 4,5%, centro da meta de inflação para este ano. “Defendemos esse índice por entender que o Paraná precisa de uma mudança de conceito na aplicação do reajuste do piso regional, deixando de considerar a inflação passada para mirar o futuro”, explicou o vice-presidente da Fiep, Sebastião Ferreira Martins Júnior. “Mas para darmos um voto de confiança neste governo que se inicia, aceitamos o índice proposto de 6,9%, esperando que as negociações dos próximos anos possam trazer à política do piso regional do Paraná uma posição de equilíbrio”, acrescentou.

Segundo Martins Júnior, atualmente o setor produtivo do Estado não comporta um reajuste maior do piso salarial. “O Paraná não é a maior economia do Brasil, mas possui o mais alto salário mínimo regional. Esse alto valor impacta nas negociações salariais das categorias que possuem convenção coletiva e interfere na vinda de novos investimentos para o Estado”, disse.

Para o vice-presidente, o processo de definição conjunta do reajuste do mínimo paranaense em 2011 apresentou grandes avanços em relação aos anos anteriores. “É preciso ressaltar a importância da abertura do diálogo promovida pelo governo do Estado”, afirmou. Martins Júnior espera que essa postura seja mantida, sem que haja a fixação de critérios que estipulem por antecipação os reajustes para os anos seguintes. “A Fiep defende que o índice seja definido em negociações tripartites a cada ano, já que os cenário econômicos mudam com frequência. É preciso fazer uma leitura do cenário daquele momento antes de definir qualquer reajuste”, concluiu.

Agora, a propostao passará pelo crivo do governador Beto Richa, que em seguida encaminha à Assembleia Legislativa o projeto de lei que estipula o reajuste para o mínimo este ano. Após aprovado, o aumento passa a vigorar a partir de 1º de maio.

Faixas salariais

Com a apliação dos 6,9%, o piso regional ficará entre R$ 708,74 e R$ 817,78, dependendo da faixa de atuação do trabalhador. São quatro faixas utilizadas para definir o piso de cada um dos grupos de ocupações. Se aprovado, o novo salário mínimo será aplicado da seguinte forma: 

Grupo I – Formado por trabalhadores na agricultura: R$ 708,74. 

Grupo II – São enquadrados os antigos grupos 2, 3 e 4, trabalhadores em serviços administrativos, domésticos e gerais, vendedores e trabalhadores de reparação: R$ 736,00. 

Grupo III – Trabalhadores na produção de bens e serviços industriais: R$ 763,26. 

Grupo IV – Composto por técnicos de nível médio: R$ 817,78.

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