
Os profissionais da construção civil que participaram nesta semana do Ateliê de Prevenção de Acidentes no Trabalho, conceberam e apresentaram quatro propostas para solucionar as principais causas de acidentes em canteiros de obras, como queda e ferimentos causados com material e equipamentos. As ideias foram elaboradas ao longo da semana e concretizadas em maquetes, apresentadas aos empresários da construção e ao público em geral nesta sexta-feira (10).
O Ateliê de Prevenção de Acidentes no Trabalho foi promovido pelo Sinduscon-PR, Sesi e Senai Paraná e instituições francesas. A metodologia utilizada é francesa e chegou ao Brasil através do intercâmbio do Programa Sesi/Senai de Redução de Acidentes de Trabalho (PRAT) com a UTC e o Ministério do Emprego, do Trabalho e da Coesão Social da França.
“É um método inovador, que estimula as pessoas a trabalharem juntas em relação a um mesmo objetivo, que neste caso, é a saúde e segurança”, explicou o especialista Pierre-Henri Dejean, da Universidade Tecnológica de Compiègne (UTC), da França.
Os 30 participantes, entre técnicos de saúde e segurança, mestres de obras, engenheiros e encarregados de obras, visitaram empresas do setor e analisaram as principais mudanças que precisariam ser feitas para aumentar a segurança do trabalhador e reduzir os riscos de doenças no ambiente de trabalho. A partir daí, começaram a materializar essas ideias através da construção de maquetes de madeira.
– Um dos principais problemas detectados foram os acidentes com quedas. Para diminuir o risco de acidentes deste tipo, um dos grupos propôs um anteparo que seria fixado nas lajes. “O Ateliê foi muito interessante, pois resultou em soluções inovadoras para problemas comuns”, afirmou a engenheira civil e de saúde e segurança, Michelle Santos Fernandes, que presta consultoria a construtoras.

Redução de riscos
Outro problema frequente em canteiros de obras são as quedas por irregularidades no chão. Para minimizar acidentes, uma das equipes de participantes do ateliê propôs uma esteira para passagem de pedestres e veículos. “O principal objetivo é nivelar o chão e garantir segurança, uma vez que a esteira possui material antiderrapante e é vazada, o que permite a passagem da água”, explicou Grazieli Nascimento, técnica de enfermagem do trabalho do Consórcio Camargo Correa Promon-Repar.
As soluções propostas são viáveis e práticas, podendo ser facilmente aplicadas em empresas de médio e pequeno porte. “As ideias são de fácil execução, resolvem o problema e são viáveis economicamente”, avalia o engenheiro de Segurança do Senai Paraná, Bruno Caruso Adad. Ele destaca que a ideia é aprimorar os projetos e transformá-los em produtos que possam ser utilizados pela empresas do setor, a partir de 2011.
Como é o caso do projeto de proteção de vergalhões (vigas de ferro que formam a base de colunas). A solução proposta por uma equipe do Ateliê resolveria problemas comuns à grande parte das empresas do setor.
“Normalmente essa proteção é feita com uma caixa de madeira muito rudimentar, ou através de capuzes individuais. Mas isso não resolve o problema. Nossa ideia é cobrir as vigas com um material emborrachado e colorido, todas de uma vez. Isso resolveria a questão da segurança e também chamaria a atenção”, disse Luzimar Duarte, técnico de segurança do Sinduscon.
Outra proposta refere-se à necessidade de o setor se comunicar melhor com os trabalhadores. A ideia é utilizar o relógio ponto para repassar informações sobre saúde e segurança para os trabalhadores. “Quando o funcionário passar o cartão, aparecerá na tela informações pertinentes a sua função, sempre enfatizando o uso de equipamentos de proteção individual”, observou Bruno Adad.