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Encerra-se no próximo domingo (10) o prazo de inscrição para a missão que levará empresários do setor do vestuário à China. A comitiva visitará a Feira de Cantão – maior evento comercial do país asiático – e também a cidade de Shaoxing, um dos principais polos têxteis chineses. A missão empresarial, que acontece entre 28 de outubro e 8 de novembro, é organizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em uma parceria entre o Centro Internacional de Negócios (CIN-PR) e o Conselho Setorial da Indústria do Vestuário.
O consultor do CIN-PR para o mercado asiático, Elias Antunes, que acompanhará o grupo durante a missão, lembra que a China é atualmente o maior país exportador mundial tanto de tecidos quanto de confecções. Em 2008, por exemplo, o setor vendeu ao exterior US$ 185,2 bilhões, respondendo por 12,9% do total de US$ 1,435 trilhão exportados pela China.
O país também é o que mais vende peças de vestuário ao Brasil. Antunes cita números da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT), que mostram que as importações desse tipo de produto feitas por empresas nacionais, provenientes da China, representaram 62,3% do total comprado de janeiro a julho de 2010. Ainda segundo a ABIT, o preço médio do vestuário vindo da China foi de US$ 12,68 por quilo, contra US$ 20,79 do resto do mundo – um valor 39% mais baixo. Já as exportações brasileiras de vestuário, no período de janeiro a julho deste ano, tiveram uma média de preço de US$ 39,36 por quilo.
Na opinião de Elias Antunes, porém, não adianta o empresário brasileiro ficar lamentando a forte concorrência chinesa sem que tome atitudes que possam mudar a situação. “Não tem sentido ficarmos xingando o câmbio e assistindo passivamente à ‘invasão chinesa’ sem tomarmos a iniciativa de ir lá tentar conferir a realidade chinesa”, afirma o consultor, com a experiência de quem morou por 12 anos na Ásia e já foi mais de 80 vezes à China a trabalho.
Apesar de reconhecer a força da indústria de confecção chinesa, Elias Antunes diz acreditar que as empresas brasileiras e paranaenses do setor têm totais condições de se manter no mercado, mesmo que não recebam proteção ou benefícios de políticas governamentais. “Acredito que nossa indústria têxtil e do vestuário sobreviverá, mais do que por meio de barreiras tarifárias, através de qualidade, criatividade, inovação e ‘uniqueness’, características que recentemente tive o prazer de constatar em visita a algumas indústrias dos Arranjos Produtivos Locais de Maringá e Cianorte”, justifica.
Para Antunes, a missão organizada pelo CIN-PR ajudará os empresários na mudança da visão que tem sobre a indústria do vestuário chinesa e abrirá novas perspectivas para seus negócios. Isso porque, além de conhecer as novidades do setor que serão apresentadas na Feira de Cantão, estão sendo programadas visitas a fábricas de Shaoxing, um dos principais polos têxteis da China. “Temos que aprender com a própria sabedoria chinesa, que tem um provérbio bastante conhecido que diz: ‘Mais vale ver uma vez do que ouvir cem'”, afirma o consultor.
Feira de Cantão
A Feira de Cantão acontece duas vezes ao ano, desde 1957, na cidade de Guangzhou. O evento é sempre dividido em três fases, cada uma apresentando a produção chinesa em diferentes setores industriais. Em sua última edição, em abril, ocupou uma área de 1,3 milhão de metros quadrados, tendo recebido mais de 23 mil expositores e 203 mil visitantes. Foram fechados negócios que totalizaram US$ 34,3 milhões.
A missão para a indústria do vestuário organizada pelo CIN-PR vai visitar a terceira fase da 108ª edição da feira, que acontece entre 31 de outubro e 4 de novembro e que terá o setor têxtil como um dos destaques. O consultor Elias Antunes ressalta os benefícios para os empresários que resolvem conhecer a China por meio de missões da Fiep. “Há um grande diferencial qualitativo. Fazemos levantamento dos interesses das empresas, reuniões preparatórias e visitas guiadas à feira. Programamos também visitas a empresas do mesmo setor, para conhecer quais são os pontos fortes da China. Poucas entidades fazem esse tipo de investimento de acompanhamento técnico em uma missão”, afirma.
As inscrições para a primeira missão empresarial do vestuário à China podem ser feitas até o próximo domingo (10), mas as vagas são limitadas a 20 pessoas. Mais informações sobre programação e valores dos pacotes de viagem podem ser obtidas pelo e-mail adriana.baccarin@fiepr.org.br ou pelo telefone (41) 3271-9102.