O Fórum Futuro 10 realizado com o apoio da FIEP em todo o Paraná apontou a gestão pública como um dos três aspectos mais preocupantes para os paranaenses. Isto é legítimo e muito positivo, já que por definição, gestão pública é uma atividade concreta que o Estado executa para assegurar os interesses coletivos e o bem estar da sociedade.
Este tema ganha nova força às vésperas da eleição, o momento mais importante da democracia, quando escolheremos os novos gestores públicos da esfera estadual e federal.
A repercussão e os resultados alcançados pelo projeto “Ficha Limpa” demonstram que os brasileiros estão mais conscientes de seu papel político, bem como da posição estratégica do Estado enquanto agente promotor do desenvolvimento econômico, social e político da nossa sociedade.
Por outro lado, os avanços da tecnologia da informação e o fortalecimento dos movimentos sociais e da cidadania criam condições favoráveis para a geração de inovações na gestão pública. Um processo transparente que garanta a legitimidade das decisões, a descentralização administrativa e a valorização da diversidade social.
Governar com a comunidade é possível a partir do diálogo permanente com os diversos atores sociais. Um diálogo que se aprofunda quando os cidadãos passam a opinar sobre a aplicação de recursos públicos, acompanhem a prestação de contas, definam e monitorem indicadores de qualidade de vida.
Inovar na administração pública também significa adotar a gestão por resultados e o orçamento e planejamento participativos. Decidir pela negociação e conversação e não pela tecnocracia. Estimular a participação da sociedade civil, avaliar políticas por critérios de qualidade, otimizar a alocação de recursos e eliminar desperdícios.
É preciso também fortalecer as iniciativas do Governo Eletrônico, um conjunto de tecnologias da informação e comunicação (TIC’s), que oferecem informações e serviços aos cidadãos e que já se confirma como uma tendência global. Estas ferramentas possibilitam que a ação pública seja direcionada ao cidadão, a oferta de meios de acesso a informações e serviços, a organização das informações dentro dos órgãos do governo e a troca de informações entre as várias esferas públicas.
Enquanto as políticas públicas tradicionais tratam os cidadãos de forma passiva implicando em práticas de gestão voltadas para o assistencialismo, a gestão pública inovadora se baseia no estímulo ao empreendedorismo social e econômico e na ampliação da capacidade de indivíduos e organizações de inventar e executar projetos sustentáveis de geração de riqueza.
O poder público pode e deve criar um ambiente favorável a geração de novos empreendimentos. Uma nova maneira de promover e valorizar as comunidades que vão gerar um desenvolvimento genuinamente endógeno. O fortalecimento do associativismo e do cooperativismo são ingredientes essenciais neste processo.
É preciso edificar um Estado que desenvolva e execute planejamentos integrados de curto, médio e longo prazo. Que profissionalize as estruturas do serviço público a partir processos criteriosos de seleção, remuneração por resultado, reciclagem e aprimoramento contínuos.
Mas, acima de tudo, é necessário e urgente que a ética prevaleça em todas as instâncias do Governo.
Cada um de nós é protagonista neste processo de mudança e avanço social. Que no próximo dia 03, prevaleça o voto consciente e que os políticos eleitos assumam o compromisso com uma gestão inovadora, responsável e sustentável.
Rodrigo da Rocha Loures, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep)