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Discussões sobre os programas brasileiros de igualdade racial, educação e cultura, permearam o debate na última mesa redonda da I Feira Quilombola do Paraná, no sábado (29). O rapper MV Bill, conhecido por trabalhos realizados em comunidades carentes do Rio de Janeiro e por defender questões ligadas a igualdade racial, falou com os jovens curitibanos. Primeiro por meio das letras de protesto com o show de hip-hop. Em seguida, abertamente contando suas experiências e respondendo perguntas dos participantes.
A I Feira Quilombola do Paraná foi promovida pelo Sistema Fiep, por meio do SESI-PR em conjunto com o Instituto Adolpho Bauer, de Curitiba. Para o coordenador do evento, Adilton de Paula, o apoio da Fiep demonstra a preocupação dos empresários em promover uma sociedade mais justa e igualitária. “Realizar um evento come este, que discute questões raciais, dentro da Federação das Indústrias, demonstra que é possível uma integração entre toda a sociedade”, afirma.
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Além de MV Bill, a Feira Quilombola trouxe também Negra Lí, que fez show na noite de sexta-feira, e Sandra de Sá, que encerrou o evento com show sábado.
Mundo melhor – O rapper MV Bill também destacou a importância do diálogo para a construção de um mundo melhor e mais sustentável. “Iniciativas como esta dão a oportunidade de discutir pontos de vista divergentes, e isso é saudável. O que tem que acabar é a diferença, não a divergência”, destaca.
Cultura e Educação – Durante o debate, uma estudante de direto de uma universidade particular de Curitiba, que participa do programa de cotas do governo federal, alertou que apenas quatro colegas de sala de aula são negros, e questionou essa ausência mesmo com os programas de cotas e de incentivos para que índios e negros ingressem nas universidades. Na opinião do rapper, a falha está na falta de comunicação e de oportunidades. “Há uma grande falta de informação entre as comunidades pobres do Brasil. O pobre ainda não acredita que pode cursar uma faculdade. É preciso deixar de pensar a educação como objeto de luxo. Aqui, a boa educação ainda é um privilégio de quem tem dinheiro”, reforça Bill.
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A I Feira Quilombola do Paraná contou, também, com show de hip-hop da rapper Negra Li, na sexta-feira (28), e o encerramento ficou por conta do swing da cantora Sandra de Sá, no sábado (29).
Empreendedorismo – Um dos objetivos da feira é gerar oportunidades de negócios para as comunidades quilombolas. “A ideia é criar novos nichos de mercado. Vamos criar novas formas de escoar as mercadorias produzidas nas comunidades quilombolas e criar um arcabouço de desenvolvimento”, sugeriu João Bosco, presidente da Associação Nacional dos Coletivos de Empresários e Empreendedores Afro-Brasileiros (Anceabra).