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Um bate-papo bastante descontraído sobre o uso do humor na cobertura jornalística e na cultura reuniu mais de mil jovens no Teatro do Sesi/Cietep na noite de domingo (15). Foi o primeiro encontro do projeto Zoom Cultural, promovido pelo Sesi-PR e a Diretoria de Comunicação e Promoção do Sistema Fiep.
Mediado pelo músico e radialista Rodrigo Barros – o Rodrigão da banda Maxixe Machine -, os temas foram debatidos pelo escritor e jornalista Guilherme Fiúza, autor das biografias “Meu nome não é Jhonny” e “Bussunda – A vida do Casseta”; pelo humorista e repórter do programa Custe o Que Custar (CQC), Rafael Cortez; e pelo guitarrista da banda Copacabana Club, Rafael Martins.
A abertura do evento ficou por conta do presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, que elogiou a iniciativa do Sesi/PR e destacou a preocupação da Fiep em reunir o público jovem em torno de discussões de cultura, empreendedorismo, inovação, sustentabilidade e educação transformadora. “Nós temos uma meta que é transformar o Cietep em um espaço para atrair o público jovem”, destacou Rocha Loures.
Ele aproveitou o evento para chamar a atenção do público jovem para importância do engajamento na campanha “Cidades Inovadoras”, de iniciativa da Fiep. Muito a vontade com o público jovem e com o formato descontraído do evento, o presidente do Sistema Fiep substituiu o mestre de cerimônias e fez ele mesmo o anúncio dos convidados.
O papo é humor – O tema central do bate-papo foi o uso do humor na cultura e na cobertura jornalística. Reconhecidos pelo humor ácido e invasivo, programas como o CQC, Pânico, Casseta e Planeta, entre outros, passaram a sofrer restrições na cobertura de alguns eventos, principalmente quando envolvem políticos e candidatos. De acordo com o jornalista Guilherme Fiúza, essas restrições remetem ao tempo da ditadura. “Vivemos um novo tipo de censura, onde o poder judiciário determina o que pode e que não pode falar ou brincar sobre os políticos”.
Para Rafael Cortez, repórter do programa CQC, esse tipo de restrição é uma afronta ao direito e a inteligência do eleitor, principalmente do eleitor jovem. “É uma lástima a restrição do humor na cobertura política. São os próprios candidatos que provocam essas proibições e quando eles fazem isso, é uma forma de dizer que o jovem, aquele que vota pela primeira vez, não sabe discernir a piada da informação”, ressalta.
Além da preocupação dos humoristas com as limitações envolvendo os temas da política, Fiúza aproveitou o tema do encontro para relembrar um fato recente que impediu a equipe do Casseta e Planeta de cobrir a seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo da África do Sul. “A CBF proibiu o Casseta de cobrir coletivas e outras atividades da seleção depois que o ex-treinador Dunga se irritou com uma pergunta irônica do repórter Marcelo Madureira durante uma coletiva antes do início do mundial. Isto resultou na desistência do programa de ir ao país do mundial cobrir o evento”. Este e outros fatos estão relatados no mais novo livro de Fiúza, uma biografia sobre a vida do Casseta, Bussunda, morto em 2006, durante a Copa do Mundo da Alemanha.
Cultura na web – O bate-papo também abordou outro tema importante que envolve o novo cenário da cultura: o uso da internet para a disseminação da cultura. O que para muitos artistas é visto como um problema, para outros é tido como oportunidades, caso da banda Copacabana Club.
O grupo curitibano que canta músicas apenas em inglês, passou a ser conhecido em todo o Brasil e nos EUA depois que um músico famoso viu um clipe da banda que estava disponível na rede social My Space. “A migração do CD para a música na web permitiu que bandas como o Copacabana Club que, talvez, nunca saíssem das garagens, pudessem ter seus trabalhos apresentados para o mundo. Antes os músicos tinham que gravar uma fita demo e correr atrás de gravadoras. Agora basta gravar e por no My Space”, comenta Rafael Martins, guitarrista da banda Copacabana Club.
Projeto Sesi Zoom Cultural – O evento tem produção do Jornal Rascunho e faz parte do novo projeto cultural do Sesi Paraná e da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), para discutir e difundir entre os jovens o interesse pelas artes de uma forma descontraída. A iniciativa faz parte do programa “Cidades Inovadoras”, criado pelo Sistema Fiep, para articular programas com potencial para acelerar a inovação e o crescimento sustentável das cidades.
O Sesi Zoom Cultural, segundo a coordenadora de cultura do SESI/PR, Anna Zetola, trará grandes nomes da literatura, cinema, teatro e música do cenário nacional para um bate-papo descontraído com os jovens. “A ideia desse projeto é proporcionar uma aproximação maior do jovem com a cultura, para que ele tenha um olhar voltado para todas as artes, sendo um cidadão mais ativo e com um discurso mais interessante. É um bate-papo sem caretice”, explica.
Para saber mais sobre os próximos programas do Sesi Zoom Cultural, acesse www.sesi.org.br.