Estudo mostra oportunidades para setor de alimentos

De olho na participação brasileira na feira de Sial, na França, Apex fez um estudo amplo sobre os principais mercados do mundo

clique para ampliar clique para ampliarLeonardo Machado, da Apex: empresas precisam se adaptar para aproveitar oportunidades (Foto: Mauro Frasson)

Os produtores de alimentos do Brasil têm boas chances de exportar mais. Um estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) apresentado nesta quinta-feira (12) em um seminário promovido pelo Centro Internacional de Negócios (CIN) da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) mostra que o País ainda tem presença tímida em diversos mercados importantes para segmentos como carnes, frutas, bebidas e massas. Segundo a avaliação da Apex, as empresas interessadas em exportar devem adotar rapidamente as tendências dos consumidores em outros países, como a preferência por produtos saudáveis, com determinação de origem, orgânicos e funcionais.

“O mercado para o setor de alimentos tem uma perspectiva muito boa. Até 2025 a população mundial deve crescer em mais um bilhão de pessoas”, disse Leonardo Machado, analista de gestão em negócios da Apex. “Mas não é um mercado fácil. As pessoas estão cada vez mais preocupadas com questões como o comércio justo, a segurança alimentar, ao mesmo tempo em que procuram produtos mais práticos, com selos de qualidade e origem certificada.”

A pesquisa da Apex foi feita para embasar a missão brasileira que vai visitar a Sial Paris, uma das mais importantes feiras internacionais na área de alimentos. Organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e com participação dos Centros Internacionais de Negócios estaduais, a missão será realizada de 15 a 23 de outubro e prevê visitas guiadas à feira, presença em rodadas de negócios, um stand de apoio aos empresários e um catálogo dos participantes.

A metodologia usada pela Apex no estudo sobre oportunidades em alimentos e bebidas cruza dados quantitativos, listando os maiores importadores de determinados alimentos, a participação do Brasil nesses mercados e o crescimento dos embarques para esses países. Além disso, é feita uma consulta a empresas, que avaliam o potencial dos destinos selecionados. Para os exportadores de arroz, por exemplo, a pesquisa destaca a Itália, um grande comprador do produto, onde o Brasil tem apenas 3,8% do mercado, mas para onde vem aumentando os embarques.

Machado explica que a pesquisa permite que as empresas foquem a atuação em países que já compram do Brasil e têm mercados em crescimento. “Isso não quer dizer que os outros destinos não são importantes. Pode ser que para determinada empresa a exportação se concentre em um país que não está na lista”, disse. “Nosso objetivo é dar subsídios para quem está buscando incrementar as exportações.”

No segmento de frutas, os produtores do Brasil terão de trabalhar para adaptar seus produtos à preferência por alimentos orgânicos que está se consolidando nos países desenvolvidos – o Reino Unido é um exemplo de destino em potencial. Há também um público crescente que busca frutas e sucos com propriedades nutricionais especiais, como o açaí. Outro setor que merece destaque é o de carnes, que ainda tem condições de ganhar participação em alguns dos maiores importadores do mundo, como China, Irã e Rússia.

Apesar de ter sido formulado como um apoio à participação brasileira na Sial Paris, o estudo da Apex ficará disponível no site da instituição (www.apexbrasil.com.br) para qualquer empresa interessada.

Missão – A missão comercial para a Sial Paris ainda está com as inscrições abertas. O investimento previsto é de 2.275 euros por pessoa. Mais informações no site do CIN do Rio Grande do Sul (www.cinrs.org.br).

Sistema Fiep - Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná
Av. Cândido de Abreu, 200 - Centro Cívico - 80530-902 - Curitiba-PR