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A peça “Pixaim” estreia dia 09 de julho, no Teatro José Maria Santos. Produzida pela Cia. Nossa Senhora do Teatro Contemporâneo, a peça faz parte da programação de comemoração dos 30 anos de carreira do artista e produtor cultural Isidoro Diniz.
“Pixaim” integra o Circuito Cultural Sesi/Teatro Guaira. Desenvolvido pelo Serviço Social da Indústria, entidade pertencente ao Sistema Fiep, em parceria com o Centro Cultural Teatro Guairá (CCTG), o projeto leva aos trabalhadores das indústrias e ao público em geral espetáculo de teatro, de música e de circo. O objetivo é promover a formação de platéia, apoiar a produção cultural e reforçar a cidadania ao democratizar o acesso do trabalhador da indústria e da comunidade aos bens culturais.
Em 2009, quando iniciou, o Circuito Cultural levou 95 apresentações, todas no Teatro José Maria Santos, que pertence ao complexo do Centro Cultural Teatro Guaira. Pela parceria, o CCTG cede o espaço. O Sesi Paraná estimula a presença dos industriários. A entidade adquire ingressos, que são depois sorteados nas indústrias. Além disso, como em todos os demais eventos culturais do Sesi, os industriários têm 50% de desconto no preço do ingresso.
Cultura negra – “Pixaim” teve a inspiração na antologia de contos contemporâneos de autores de origem africana, Terra de Palavras, organizado por Fernanda Felisberto e irá apresentar os contos dos brasileiros Lande Onawale (Mukondo e A Bailarina) e Kátia Santos (Meu Deus, Cadê Esse Menino!). Além destes, o título do espetáculo teve como referência o conto “Pixaim” de Cristiane Sobral, e também apresenta a poesia ” Mulata Exportação” de Elisa Lucinda.
Sob direção de Rafael Camargo, Pixaim trata da questão da invisibilidade do povo afrodescendente brasileiro, abordando situações cotidianas da vida de negros e negras no Brasil. A narrativa é fragmentada e permeada por vídeos e imagens projetadas no palco que contextualizam a forte presença da cultura destas populações na nossa história.
A montagem conta com cinco atores negros em cena. “A idéia é mostrar a história e não reiterar apenas a escravidão. A forma como o negro é tratado hoje revela como eram tratados na época da escravidão e de como este imaginário se construiu e se manteve ao longo do século”, explica Diniz.
Texto contundente
Os fragmentos incluem depoimentos dos atores falando sobre preconceito e discriminação, inspirados nas experiências de cada um. “A intenção é dar voz as situações cotidianas com o objetivo de identificar que o racismo brasileiro existe, e, ao mesmo tempo, participar de um processo novo na sociedade brasileira que possa minimizar no interior das relações raciais, as questões relacionadas a cor, gênero, raças ou religiosidades e orientação sexual. É na diferença que se constituem as identidades brasileiras.”, comenta a assistente de direção Kátia Drumond.
A estética do espetáculo valoriza a palavra e a imagem: apenas um espaço de cor branca e os atores. Não há figurino nem o tempo cronológico formal. “A tensão está na substituição de situações pelos atores em cenas entrecortadas com imagens fotográficas, vídeo e música. Um movimento de possibilidades de ser e estar, pontua o comportamento replicante da intolerância, do preconceito velado e do desrespeito corriqueiro em situações cotidianas. Um quebra cabeça é montado e a peça final fica a cargo do espectador”, enfatiza Camargo.
Serviço
Pixaim
De 09 até 25 de julho de 2010.
Sexta e sábado às 20 horas e domingo às 19 horas.
Entrada R$ 10.00 e R$ 5.00
Trabalhadores das indústrias – 50% de desconto
Teatro José Maria Santos / Rua 13 de Maio 655
Reserva – 41-3… – Teatro Guaira
Ficha Técnica
Direção, Produção e Pesquisa: Isidoro Diniz
Direção: Rafael Camargo
Assistente de Direção, Pesquisa e Direção de Movimento: Kátia Drumond
Dramaturgia (roteiro): Rafael Camargo
Direção de Arte: Áldice Lopes
Direção Musical: Ricardo Verocai
Designer Gráfico: Marco Minini
Iluminação e execução: Waldo Leon e Elisa.
Pesquisa de Imagens: Leco de Souza e Marcel Szymanski.
Edição de Imagens: Leco de Souza
Elenco: Simone Magalhães, Cássia Damasceno, Cássia Gomes, Adriano Carvalhaes, Marcel Szymanski.