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O caminho da sustentabilidade passa por uma transformação na educação. Essa foi a mensagem apresentada pelo presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, no encerramento do 1ª Semana Interdisciplinar de Responsabilidade Social e Sustentabilidade promovida pela Faculdade de Administração, Ciências, Educação e Letras (Facel), na última sexta-feira (09) em Curitiba. Para ele, as pessoas têm de aprender a lidar com uma produção de conhecimento mais dinâmica do que no passado, o que abre a possibilidade para que inovem com uma mentalidade voltada para a sustentabilidade.
“Somos condicionados pela educação, pela cultura, pelo que aprendemos de maneira formal e informal. Se quisermos uma maneira mais inteligente e consciente de produzir, precisamos mudar os sistemas educacionais”, disse Rocha Loures. Ele explicou que entende ser necessária uma adaptação do sistema educacional para que os estudantes aprendam a trabalhar com um conhecimento que passou a evoluir em uma velocidade muito maior do que no passado. “Não faz muito tempo que o conhecimento era válido por toda uma geração. Hoje algo editado em 2009 já pode estar defasado”, comentou.
Neste contexto de constante mudança, Rocha Loures disse ver uma chance para que a sustentabilidade se torne um conceito-chave para o desenvolvimento humano. “Sustentabilidade deve ser entendida como o contexto em que há sustentação da harmonia entre atividades humanas e o meio natural no qual a humanidade se insere. E isso não está acontecendo”, alertou. O conceito deve ser entendido, segundo o presidente da Fiep, de maneira ampla, indo além da questão ambiental e englobando temas sociais e políticos.
Rocha Loures chamou atenção para o fato de o progresso ter sido até agora associado a danos ambientais que causarão problemas às gerações futuras. Por isso, ele disse entender que a humanidade terá de mudar o rumo de suas inovações tecnológicas, o que está intimamente ligado à educação. “Precisamos de tecnologia que propicie mais qualidade de vida, saúde e conforto, mas que não represente dano ambiental e social, que não comprometa a qualidade de vida das gerações que vão vir”, completou.
O presidente da Fiep citou que existe também uma dimensão política do debate. Ele observou que o sistema político resiste a mudanças que têm foco no longo prazo e, por isso, é importante que haja uma mobilização das comunidades para colocar o tema na agenda. “Quando percebem que a comunidade se uniu em torno de uma agenda voltada ao desenvolvimento sustentável, os políticos passam a mudar sua atuação”, disse.
Durante a palestra, Rocha Loures também apresentou o livro “Sustentabilidade XXI: Educar e inovar sob uma nova consciência”, um ensaio que ele escreveu para mostrar a incorporação dos conceitos de responsabilidade social e sustentabilidade no ambiente corporativo. A publicação também trata do desafio colocado às escolas de negócios para agregar o assunto a suas atividades.