A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) divulgou nesta quinta-feira (01) a lista com as 50 pequenas empresas do Paraná que receberão recursos do Programa de Apoio à Pesquisa na Pequena Empresa (Pappe-Subvenção). São negócios em diversas áreas, como tecnologia da informação, biotecnologia, energia, eletrônica, entre outras, que receberão no total R$ 11,4 milhões a fundo perdido para desenvolver projetos inovadores.
“São empresas de todas as regiões do Estado, escolhidas entre mais de 300 candidatas que apresentaram projetos de ótima qualidade”, conta a coordenadora de fomento da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Andrezza Oikawa Rocha. A chamada pública para a apresentação de projetos foi feita com o apoio de um consórcio formado pela Fiep, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PR) e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP).
O objetivo do Pappe é dar fôlego para que pequenas empresas com estrutura voltada à inovação desenvolvam ideias promissoras. A londrinense Identech, por exemplo, obteve R$ 246 mil para levar adiante um projeto para montar um modem feito sob medida para a área rural, permitindo o acesso à internet com a tecnologia 3G. “Até 2015 a banda larga terá de chegar às áreas rurais, e uma das tecnologias usadas será a 3G. Mas vimos que seria necessário um modem mais robusto e com uma captação melhor do que os usados em áreas urbanas”, conta André Sanches Fonseca Sobrinho, coordenador da área fomento da empresa. O modem já levantou, inclusive, o interesse de uma operadora de telefonia da região de Londrina.
Com um faturamento anual próximo de R$ 1,2 milhão, a Biovisium, de Campo Mourão, obteve uma subvenção de R$ 300 mil – teto estipulado pelo edital da Finep –, o que dá uma ideia do peso que o programa pode ter para uma pequena empresa. O dinheiro será usado para desenvolver um equipamento que tritura e compacta o lixo orgânico em restaurantes e residências. O projeto é um passo importante para a empresa, que já tem algumas linhas de produtos na área de higiene e limpeza, mas não teria condições de investir sozinha na novidade.
“Nós temos o desenho inicial e uma ideia da estrutura do equipamento. Os recursos do Pappe vão viabilizar a contratação de quatro pessoas para tocar o projeto adiante”, conta Adriana Cristófoli Gorri, sócia da Biovisium, que foi aberta em 2003, dentro da Fundação Educere de Campo Mourão, e tem hoje sete funcionários. Ela explica que não existem produtos similares para o mercado residencial e que o projeto traz vantagens ambientais sobre os trituradores tradicionais. “Nosso equipamento separa os resíduos sólidos para que eles sejam reutilizados como adubo ou ração”, diz.
Em comum, diversas das empresas aprovadas pelo Pappe têm o fato de terem passado por incubadoras. A curitibana Engemovi ainda está incubada na Intec, do Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar). Ela presta serviços de desenvolvimento de projetos na área de inspeção de dutos de gás e petróleo, e enxergou na subvenção uma forma de viabilizar seu primeiro produto. “Queremos fazer um sistema de aquisição de informações que será acoplado às sondas que analisam os dutos”, afirma Ricardo Artigas Langer, sócio da empresa. “Acompanhamos de perto o mercado de petróleo e gás e sabemos que existe necessidade pelo produto. Mas nosso fluxo de caixa hoje não nos permite finalizar o projeto.” Com faturamento anual de R$ 600 mil, ela receberá R$ 261 mil da Finep.