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O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, defendeu uma articulação sistêmica entre todos os atores para resolver os gargalos de infraestrutura do Estado, durante o encontro das entidades participantes do Fórum Futuro 10 Paraná com a bancada paranaense no Congresso e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. “O PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) é uma referência, mas é uma solução imperfeita. Faltou ao PAC passar por um tratamento sistêmico apropriado”, afirmou. Na reunião, as entidades que compõem o Fórum Futuro 10 apresentaram propostas de obras de infraestrutura social e urbana para inclusão no PAC 2.
Para Rocha Loures, o verdadeiro gargalo logístico está na dificuldade de colaboração entre municípios, Estado e União, entre os poderes Executivo e Legislativo e a iniciativa privada e o governo: “O gargalo é a falta de articulação entre os poderes municipal, estadual e federal, entre os poderes Legislativo e Executivo e entre o sistema produtivo e os governos. Muitos pedidos existem há anos, e nunca foram atendidos porque o sistema é emperrado. Mais do que um plano, o que falta é uma análise sistêmica da questão. Em nenhum momento faltou apoio da bancada paranaense. O que causa esse estrangulamento é a burocracia”, disse.
“Estamos perdendo a oportunidade de fazer investimentos importantes. Temos vocação para a agricultura, somos expoentes em tecnologia rural e temos uma agricultura familiar competitiva. O problema é de renda porque o produtor perde valor por ineficiência logística. Essa é a realidade”, afirmou. O presidente da Fiep lembrou da importância de se envolver outros atores no debate sobre o investimento em infraestrutura logística: “Este debate deve envolver atores políticos e técnicos, de sorte que haja uma boa fundamentação técnica para que os planos sejam executados. Há valores e agendas invisíveis que são tão ou mais importantes que o plano logístico físico, que dizem respeito à capacitação dos atores locais para operacionalização”.
Rocha Loures criticou a demora na execução de projetos de infraestrutura que hoje figuram no PAC 2. Citou o estudo Paraná Multimodal – realizado pela Fiep em parceria com CPCS Transcom, do Canadá -, de 2006, que indicava diversos gargalos logísticos no Estado. “Na ocasião já apontávamos o corredor ferroviário do Paraná como uma questão central, um imperativo para as regiões Oeste e Sudoeste do Estado. Mas isso não acontece por entrave de entendimento, e assim não se constroem as parcerias público-privadas necessárias e o envolvimento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). É o mesmo caso da ferrovia que liga Guarapuava, Irati e Lapa. E o Porto de Paranaguá deveria ter uma das melhores operações portuárias do mundo e ponto final. Já teríamos maiores investimentos se tivéssemos uma melhor solução sistêmica”, afirmou.
Por fim, Rocha Loures solicitou que o ministro Paulo Bernardo organize um encontro entre o BNDES, o governo e as entidades empresariais para a criação de um plano de desenvolvimento produtivo para o Paraná: “Precisamos de um plano de desenvolvimento produtivo para o Paraná. Para que não falte crédito. O plano de desenvolvimento produtivo do Brasil deve ser nada menos do que a soma dos planos de desenvolvimentos dos estados. Vamos começar pelo Paraná. O Brasil só poderá aproveitar seu potencial em plenitude desde que haja uma articulação entre todos os atores envolvidos”, finalizou.